Doutorado em Geografia

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Trabalhos

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TRABALHO Ações
A construção do currículo, de políticas públicas e de práticas pedagógicas de ensino de geografia na escola do campo dom Francisco de Aquino Corrêa, em Poconé/MT: avanços e limites
Curso Doutorado em Geografia
Tipo Tese
Data 02/04/2025
Área GEOGRAFIA
Orientador(es)
  • Rodrigo Simão Camacho
Coorientador(es)
    Orientando(s)
    • WILLIAM JAMES VENDRAMINI
    Banca
    • CÁSSIA BETANIA RODRIGUES DOS SANTOS
    • Jeanne Mariel Brito de Moura Maciel
    • Lisanil da Conceição Patrocínio Pereira
    • Rodrigo Simão Camacho
    • Rosemeire Aparecida de Almeida
    • Sedeval Nardoque
    • Tereza Sandra Loiola Vasconcelos
    Resumo
    AS POTENCIALIDADES PEDAGÓGICAS DOS PARQUES ESTADUAIS URBANOS NA CIDADE DE CAMPO GRANDE (MS) PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL A PARTIR DA GEOGRAFIA ESCOLA
    Curso Doutorado em Geografia
    Tipo Tese
    Data 14/03/2025
    Área GEOGRAFIA
    Orientador(es)
    • Mauro Henrique Soares da Silva
    Coorientador(es)
      Orientando(s)
      • Paola Vicentini Boni
      Banca
      • Cesar Cardoso Ferreira
      • Marcos Vinicius Campelo Junior
      • Mauro Henrique Soares da Silva
      • Orlando Ednei Ferretti
      • Patricia Helena Mirandola Garcia
      • Sedeval Nardoque
      • Valeria Rodrigues Pereira
      Resumo
      APROPRIAÇÃO CAPITALISTA DA TERRA NOS TERRITÓRIOS DOS CAIAPÓ E DOS OFAIÉ NA REGIÃO DO BOLSÃO (MS)
      Curso Doutorado em Geografia
      Tipo Dissertação
      Data 12/03/2025
      Área GEOGRAFIA
      Orientador(es)
      • Sedeval Nardoque
      Coorientador(es)
        Orientando(s)
        • Letícia Alves Leonardo
        Banca
        • Danilo Souza Melo
        • Joao Edmilson Fabrini
        • Maria Celma Borges
        • Rosemeire Aparecida de Almeida
        • Sedeval Nardoque
        • Thiago Araujo Santos
        • Vitor Wagner Neto de Oliveira
        Resumo Esta pesquisa propõe-se a analisar a gênese da propriedade capitalista da terra na região do Bolsão (MS), partindo do fundamento teórico que entende a reprodução do latifúndio como elemento constitutivo do modo capitalista de produção, ou seja, como resultado do desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo. A apropriação das terras, que atualmente compreende a região do Bolsão do estado de Mato Grosso do Sul, ocorreu nas primeiras décadas do século XIX com a entrada de mineiros e paulistas, capitaneados pelos Garcia e Lopes, que buscavam por áreas propícias à atividade criatória. O padrão de ocupação fundamentou-se na demarcação de posses, verdadeiros latifúndios, e foram, ao longo do tempo, se reproduzindo, adquirindo outras funções e conteúdo. A estrutura fundiária concentrada da região propiciou, em anos recentes, a territorialização da agricultura capitalista da cana de açúcar e do eucalipto. As terras apropriadas, todavia, não se caracterizavam como “espaços vazios”, na verdade, a formação territorial do Bolsão estruturou-se a partir de elementos para expulsão e extermínio indígenas: Caiapó e Ofaié. Deste modo, a hipótese a ser reafirmada é a de que a gênese da propriedade capitalista da terra no Bolsão teve como fundamento o esbulho nas terras indígenas, reproduzindo a lógica contraditória do capitalismo rentista, de formação e de preservação do latifúndio. Portanto, resultou na possibilidade de produção e a reprodução ampliada de capital, atendendo aos desígnios rentistas do sistema capitalista. A acomodação forçada ao modelo expansionista agropastoril, fundamentado na concentração de terras, custou aos Ofaié a desintegração de seus sistemas culturais e perdas demográficas significativas, e aos Caiapó, a quase completa extinção. Como procedimentos de pesquisa, empregou-se: revisão bibliográfica, em autores que elaboram análises sobre a questão agrária, fundamentados no pressuposto de que o desenvolvimento do modo capitalista de produção ocorre de forma desigual e combinada e por processos contraditórios; a organização de dados secundários, pesquisa documental em acervos institucionais, como o Arquivo Público de Mato Grosso e ao acervo da AGRAER; a análise de ações judiciais de contestação da portaria declaratória da Terra Indígena Ofaié-Xavante, além da realização do trabalho de campo e de entrevistas. O resultado obtido com a pesquisa possibilitou a confirmação de que a formação territorial do Bolsão, resultou no extermínio de muitos dos seus originais habitantes, desnudando, dessa forma, a violência inerente ao processo de constituição da propriedade capitalista da terra.

        Palavras-chave: Propriedade capitalista da terra. Formação territorial. Rentismo. Questão agrária. Terras indígenas.
        Geomorfologia e dinâmica hidrológica do rio Paraguai no trecho entre Porto da Manga e Porto Murtinho-MS
        Curso Doutorado em Geografia
        Tipo Tese
        Data 12/03/2025
        Área GEOGRAFIA
        Orientador(es)
        • Aguinaldo Silva
        Coorientador(es)
        • Sidney Kuerten
        • Hudson de Azevedo Macedo
        Orientando(s)
        • EDSON RODRIGO DOS SANTOS DA SILVA
        Banca
        • Aguinaldo Silva
        • Edgar Aparecido da Costa
        • Frederico dos Santos Gradella
        • Mauro Henrique Soares da Silva
        • Michael Matthew McGlue
        • Sandra Mara Alves da Silva Neves
        • Vitor Matheus Bacani
        Resumo O rio Paraguai constitui um dos três grandes sistemas fluviais que compõem a bacia do rio da
        Prata. A bacia do rio Paraguai pode ser subdividida em três grandes trechos: a bacia do Alto
        Paraguai (BAP), o médio Paraguai e o Paraguai Inferior. Considerando apenas a BAP, o rio
        Paraguai percorre cerca de 1.693 km, dos quais grande parte no interior do Pantanal. Nesse
        contexto, a despeito de sua importância ambiental, econômica e social, o sistema fluvial do rio
        Paraguai ainda é pouco compreendido. Dessa forma, o presente trabalho objetiva analisar a
        dinâmica hidrológica do canal e a geomorfologia da planície aluvial do rio Paraguai no trecho
        entre Porto da Manga e Porto Murtinho-MS, localizado no interior da bacia do Pantanal, em
        um segmento de 465 km de extensão. Por meio de dados de sensoriamento remoto e técnicas
        de geoprocessamento, foram mapeados os segmentos geomorfológicos identificados ao longo
        do cinturão de meandros atual do rio Paraguai no Pantanal, bem como foram analisadas as
        variações de vazão ao longo do canal, a interação entre canal-planície e os controles estruturais
        que condicionam a hidrodinâmica do sistema. Assim, foram identificados seis segmentos
        geomorfológicos ao longo do cinturão de meandros atual do rio Paraguai: cinturão de meandros
        de Porto Esperança, de Forte Coimbra, de Bahia Negra, de Barranco Branco, de Fecho dos
        Morros e de Porto Murtinho. Os resultados evidenciaram que a dinâmica hidrológica do rio
        Paraguai não segue um padrão contínuo de aumento progressivo da vazão, como prevê a teoria
        do continuum fluvial. Pelo contrário, há uma complexa interação entre canal e planície, que
        redistribui a água de forma diferenciada ao longo do trecho analisado. Gargalos hidráulicos,
        como o Fecho dos Morros, atuam como barreiras naturais que restringem o escoamento do rio,
        promovendo o armazenamento temporário da água e resultando em efeitos significativos na
        regulação da vazão. A análise também revelou períodos de seca no início das décadas de 1970
        e 2020 que apresentaram padrões semelhantes, mas com diferenças importantes na recuperação
        da vazão, especialmente no período de 2023. O balanço hidrológico revelou a existência de
        trechos predominantemente tributários, onde há aumento de vazão devido ao aporte de
        tributários e fluxos laterais, e trechos distributários, onde há perda de vazão para a planície
        aluvial, evidenciando uma ampla integração entre canal e planície. Dessa forma, este estudo
        demonstra que a dinâmica hidrológica do rio Paraguai é altamente influenciada por processos
        de conectividade entre o canal e a planície e por controles estruturais. A compreensão dessas
        interações é essencial para aprimorar o entendimento da dinâmica hidrológica do Pantanal como
        um todo e subsidiar estratégias eficazes de manejo e conservação hídrica para a planície.
        EDUCAÇÃO DO CAMPO E PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA NO ASSENTAMENTO ROSELI NUNES, MIRASSOL D’OESTE-MT: ESTRATÉGIAS DE (RE)CRIAÇÃO DA JUVENTUDE CAMPONESA
        Curso Doutorado em Geografia
        Tipo Tese
        Data 07/03/2025
        Área GEOGRAFIA
        Orientador(es)
        • Rosemeire Aparecida de Almeida
        Coorientador(es)
          Orientando(s)
          • ÉRICA NAYARA SANTANA DO NASCIMENTO
          Banca
          • Edevaldo Aparecido Souza
          • Eliane Tomiasi Paulino
          • Maria Celma Borges
          • Rodrigo Simão Camacho
          • Rosemeire Aparecida de Almeida
          • Sedeval Nardoque
          • Sinthia Cristina Batista
          Resumo O Assentamento Roseli Nunes localiza-se na área rural do município de Mirassol D’Oeste-MT. A terra de Reforma Agrária é fruto de uma luta iniciada no acampamento do MST na Fazenda Facão, município de Cáceres-MT. O acampamento foi formado por famílias deslocadas de várias regiões do país, organizadas por núcleos de base para suprir as necessidades do coletivo, a saber: saúde, educação, alimentação, trabalho, higiene, finanças e comunicação. Os acampados permaneceram durante um ano na Fazenda Facão, pois aguardavam a vistoria de outra área, a Fazenda Prata, um latifúndio reivindicado ao INCRA pelo MST desde 1996. Somente no ano de 2001 a imissão de posse aconteceu e o imóvel rural foi dividido em 331 lotes. O objetivo desta tese é entender a importância da Educação do Campo e da Agroecologia como estratégias de (re)criação, resistência e permanência da juventude camponesa no Assentamento Roseli Nunes, para dar continuidade na reprodução do modo de vida camponês. O método de análise deste estudo fundamenta-se no materialismo histórico-dialético, acentuado no debate da categoria contradição para apreender as particularidades do Assentamento Roseli
          Nunes, palco de luta da classe camponesa marcada por conflitos territoriais e interesses das classes dominantes. No processo para territorializar-se, os camponeses encontraram na Agroecologia e na Educação do Campo maneiras de (re)criação e enfrentamento ao capital, logo, construíram a Escola Estadual Madre Cristina, uma simbologia da força de resistência, sobretudo, referência de organização por carregar em sua matriz curricular a Agroecologia e a formação de jovens críticos e participativos. Contudo, entendemos que a Educação do Campo e a produção agroecológica, permitiu a juventude camponesa ter alternativas para seguir no campo, sem a necessidade de abandonar a terra conquistada. Os jovens camponeses que permaneceram no Assentamento Roseli Nunes, carregam consigo o respeito pela terra e a
          contínua resistência ao modelo hegemônico rentista e reprodutivista das monoculturas. Nesta luta, a Agroecologia destaca-se como centralidade na (re)criação da juventude camponesa, carregada de conhecimentos tradicionais fundamentados na inter-relação com a natureza para
          a continuidade da vida humana.
          Palavras-chave: (Re)criação camponesa; Assentamento; Juventude camponesa; Resistência; Produção Agroecológica.
          O PAPEL DA MOBILIDADE COTIDIANA CAMPO-CIDADE NA RE/PRODUÇÃO ESPACIAL DAS CIDADES DE ANASTÁCIO E AQUIDAUANA-MS
          Curso Doutorado em Geografia
          Tipo Tese
          Data 16/12/2024
          Área GEOGRAFIA
          Orientador(es)
          • Marcelino de Andrade Goncalves
          Coorientador(es)
            Orientando(s)
            • Geovandir André Lordano
            Banca
            • Celbo Antonio da Fonseca Rosas
            • Jodenir Calixto Teixeira
            • Marcelino de Andrade Goncalves
            • Marcos Timóteo Rodrigues de Sousa
            • Nayhara Freitas Martins Gomes
            • Rafaela Fabiana Ribeiro Delcol
            • Sedeval Nardoque
            Resumo Esta pesquisa buscou compreender qual o papel dos moradores do campo no processo de (re)produção do espaço urbano, considerando as espacialidades e territorialidades que se constituem, tendo a mobilidade cotidiana campo-cidade enquanto mediadora destes processos e reconhecendo as diferenças e/ou as desigualdades para acesso e apropriação, tanto dos meios e formas para mobilidade quanto do espaço urbano. O recorte empírico para análise é o contexto dos municípios de Anastácio e Aquidauana, estado de Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma pesquisa de abordagem quali-quantitativa, fundamentada na descrição e na observação. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas distintas e complementares: a pesquisa de gabinete e a pesquisa de campo. A etapa de pesquisa de gabinete envolveu a obtenção de dados secundários, por meio de pesquisa bibliográfica, documental, eletrônica e a elaboração de produtos cartográficos. Na etapa de pesquisa de campo, utilizamos dois procedimentos em busca dos dados primários: a utilização da técnica de observação direta e a utilização da técnica de pesquisa tipo levantamento, por meio da realização de entrevistas semiestruturadas contendo questões abertas e fechadas a uma amostra de 98 moradores do campo. Os dados apontam que a mobilidade cotidiana campo-cidade se desenvolve de forma mais expressiva em torno da satisfação das demandas mais essenciais à população rural, como compras para casa e compras pessoais, a despeito da busca por produtos ligados à produção agrícola, como produtos agropecuários. A comercialização da produção agrícola na cidade é mais percebida em Anastácio, em comparação com Aquidauana, em virtude de uma dinâmica de agricultura familiar mais consolidada e de incentivos como transporte exclusivo e Feira da Agricultura Familiar, que possibilitam não apenas a realização da produção no mercado consumidor, mas também espaços de sociabilidade e relação campo-cidade. A frequência dos deslocamentos e o tempo de permanência na cidade apresentam variações a partir do recorte de renda e meio de transporte utilizado nos deslocamentos, principalmente. A posse e utilização do carro próprio para os deslocamentos é fator de privilégio para a realização da mobilidade e para a apropriação do espaço urbano, enquanto a dependência em relação ao transporte coletivo campo-cidade ou a terceiros para a realização dos deslocamentos têm gerado grandes limitações à mobilidade, evidenciando um processo excludente dessas parcelas.
            Expansão Agrícola na Amazônia: Análise das Políticas Públicas de Colonização e seus Impactos sobre a Temperatura da Superfície e Fluxo de CO 2 em Sinop (MT) (1984-2022)
            Curso Doutorado em Geografia
            Tipo Tese
            Data 06/12/2024
            Área GEOGRAFIA
            Orientador(es)
            • Patricia Helena Mirandola Garcia
            Coorientador(es)
            • Carlos Antonio da Silva Junior
            Orientando(s)
            • Renan de Almeida Silva
            Banca
            • Adalto Moreira Braz
            • Alécio Perini Martins
            • Ary Tavares Rezende Filho
            • Cesar Cardoso Ferreira
            • Gislene Figueiredo Ortiz Porangaba
            • Patricia Helena Mirandola Garcia
            • Vitor Matheus Bacani
            Resumo Entender as mudanças no uso da terra motivados por políticas públicas que
            fomentaram principalmente o desmatamento na Amazônia é essencial para
            compreender os desafios atuais de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável. Ao longo das décadas, o governo brasileiro implementou diversas políticas para promover o desenvolvimento econômico da região, incentivando a ocupação e a exploração dos recursos naturais. Desta forma, o município de Sinop, localizado no norte do Estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste do Brasil, foi uns dos territórios que foram palcos de grandes transformações devido ao referido contexto, causando grande prejuízos ambientais. Nesse contexto, se definiu como objetivos deste estudo (i) analisar a dinâmica de uso da terra no período 1984-2022 e aspectos sociais e econômicos destas mudanças, e (ii) relacionar as variações da temperatura de superfície com a dinâmica de uso da terra e avaliar a eficiência da captura de carbono e o potencial de prestação de serviços ambientais. Os resultados a partir dos métodos descritos sugerem que no período de avaliação, a área de estudo possuiu uma média de alterações no uso da terra de 25%, sendo a classe floresta com maior decréscimo (-47%) e a classe ações antrópicas com maior acréscimo (42%). Este espaço geográfico perdeu floresta Amazônica para a inserção de diversas atividades econômicas, o que diminuiu a absorção de CO2 e aumentou a média da temperatura da superfície.
            OS IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS NAS COMUNIDADES PANTANEIRAS DA SUB-REGIÃO DO PARAGUAI
            Curso Doutorado em Geografia
            Tipo Tese
            Data 26/09/2024
            Área GEOGRAFIA
            Orientador(es)
            • Aguinaldo Silva
            Coorientador(es)
            • Beatriz Lima de Paula Silva
            Orientando(s)
            • Tayrine Pinho de Lima Fonseca
            Banca
            • Aguinaldo Silva
            • Edgar Aparecido da Costa
            • Frederico dos Santos Gradella
            • Luci Helena Zanata
            • Mauro Henrique Soares da Silva
            • Sidney Kuerten
            • Vitor Matheus Bacani
            Resumo Os incêndios florestais no Pantanal têm ganhado destaque nas manchetes nacionais e internacionais nos anos 2020 e 2021, geralmente com foco nos danos ambientais e na vasta extensão territorial afetada. Entretanto, pouco se discute sobre os impactos
            recorrentes e persistentes que esses incêndios causam tanto no ecossistema quanto na sociedade, especialmente nas comunidades que vivem às margens do rio Paraguai e seus afluentes na planície pantaneira, especialmente, Barra do São Lourenço, Aterro do Binega, Porto do Amolar e Paraguai-Mirim. A partir desse contexto, o objetivo geral é analisar as cicatrizes de fogo e os impactos socioeconômicos no Pantanal. Os objetivos específicos são: analisar espacialmente as cicatrizes de fogo dos anos de 2020 e 2021 na sub-região do Paraguai; identificar os impactos socioeconômicos dos incêndios florestais ao longo do rio Paraguai no trecho Corumbá-Serra do Amolar na percepção dos pantaneiros e descrever o uso e manejo do fogo nas comunidades pantaneiras na sub-região do Paraguai. Para realizar a pesquisa, foi utilizado o método misto, combinando abordagens qualitativas e
            quantitativas. A primeira se fundamentou em dados secundários, provenientes do MapBiomas e do INPE Queimadas, além do uso de geotecnologias para espacializar as cicatrizes de fogo. A partir do Sistema de Informação Geográfica (SIG) Qgis, foram
            geoprocessadas imagens de satélite em uma análise multitemporal, abrangendo os meses de julho a dezembro, que representam os períodos mais críticos de incêndios florestais no bioma pantaneiro. A segunda incluiu pesquisa de campo com dois grupos distintos: a comunidade pantaneira e o setor do turismo. Foram realizadas entrevistas, registros fotográficos e uma análise por triangulação de métodos. Os principais resultados revelaram que, em 2020, as manchas de fogo se concentraram ao Norte
            da sub-região do Paraguai, nas proximidades da Serra do Amolar. Em 2021, as queimadas se aglomeraram próximas ao limite fronteiriço entre Brasil e Bolívia e na área portuária de Corumbá, seguindo o rio Paraguai. No aspecto qualitativo, os impactos indiretos dos incêndios florestais nas comunidades pantaneiras foram amplamente percebidos pelos moradores afetados, que relataram perda de materiais, alterações no cotidiano, falta de água potável e dificuldades para realizar a pesca artesanal, tanto de peixe quanto de isca viva. Economicamente, a fonte de renda da
            população, já estava fragilizada com os efeitos da pandemia, os incêndios florestais acentuaram a vulnerabilidade. Além disso, foi analisado o uso e manejo do fogo pelas populações locais, que mantêm práticas ancestrais, e as mudanças de hábito após o
            incêndio florestal de 2020, impulsionadas pelas instruções de preparação, prevenção e combate ao fogo fornecidas por órgãos ambientais e ONGs. Essas mudanças culminaram na formação de brigadas comunitárias, criadas com o objetivo de proteger vidas humanas, as áreas ao redor das moradias e os pequenos focos de fogo no Pantanal. A principal contribuição desta pesquisa evidencia que os impactos socioeconômicos dos incêndios florestais no Pantanal vão além das cicatrizes físicas deixadas pelo fogo, isso retrata que os cotidianos dos moradores durante os eventos são impactados não só em termos de saúde física e mental, mas também nas fontes de renda. Portanto, futuras políticas públicas de preservação e conservação do Pantanal devem considerar tanto o ecossistema quanto a permanência e qualidade de vida das populações locais.

            Palavras-chaves: incêndio florestal; Pantanal; queimadas; comunidades pantaneiras
            ZONEAMENTO AMBIENTAL DINÂMICO PARA BACIA HIDROGRÁFICA
            Curso Doutorado em Geografia
            Tipo Tese
            Data 06/10/2023
            Área GEOGRAFIA
            Orientador(es)
            • Vitor Matheus Bacani
            Coorientador(es)
              Orientando(s)
              • Erivelton Pereira Vick
              Banca
              • Cesar Gustavo da Rocha Lima
              • Climbie Ferreira Hall
              • Elias Rodrigues da Cunha
              • Frederico dos Santos Gradella
              • Hermiliano Felipe Decco
              • Patricia Helena Mirandola Garcia
              • Vitor Matheus Bacani
              Resumo A crescente pressão humana sobre os recursos naturais em bacias hidrográficas tornou-se um desafio relevante e complexo no campo do planejamento e gestão ambiental. Para contribuir nessa direção, torna-se essencial adotar uma abordagem que leve em consideração a dinâmica das mudanças no uso da terra e seus efeitos na fragilidade ambiental. Embora tenham sido desenvolvidas várias abordagens de zoneamento ambiental, a falta de modelos dinâmicos específicos para essa aplicação ainda é notável. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo principal a criação de um zoneamento ambiental dinâmico para a Bacia Hidrográfica do Rio Pântano (BHRP) por meio da simulação de cenários futuros de uso e cobertura da terra. A metodologia fundamentou-se na abordagem combinada do modelo híbrido CA-Markov/multicritério e o modelo RUSLE. Empregou-se adicionalmente a análise combinada de variáveis morfométricas para a avaliação de modelos de fragilidade ambiental. A previsão de cenários futuros foi realizada com base em mapeamentos de uso e cobertura de 1984, 2007, 2013 e 2020 para simular 2030 e 2050 e apoiar a construção do zoneamento dinâmico. Inicialmente, foi desenvolvido um modelo de fragilidade ambiental baseado na análise morfométrica da bacia hidrográfica. Para isso utilizou-se variáveis de forma, índice de compacidade, índice de circularidade, densidade de drenagem, integral hipsométrica, índice de rugosidade, erosividade, erodibilidade e uso e cobertura da terra calculados em valores de função fuzzy. Os modelos de fragilidade ambiental gerados formam comparados com valores de densidade kernel de feições erosivas aplicando-se o índice de Moran Local. Para isso foram comparados os modelos de Ross (1994, 2012); Bacani et al. (2015); Moroz-Caccia Gouveia e Ross (2019) e a proposta desenvolvida a partir de varáveis morfométricas. Para elaboração do zoneamento ambiental dinâmico foram mapeados os anos de 1984, 2007, 2013 e 2020, com valores de estatística kappa de 0,865; 0,8874; 0,9024; 0,8400, respectivamente. A predição de cenários futuros foi realizada para os anos de 2030 e 2050. Os resultados da fragilidade ambiental fundamentada em parâmetros morfométricos revelaram que a BHRP possui os seguintes graus de fragilidade: muito baixa (12% - 161,88 km²), baixa (15,12% - 203,94 km²), média (16,82% - 226,86 km²), alta (21,68% - 292,42 km²) e muito alta (34,39% - 463,9 km²). Dentre os modelos de fragilidade ambiental analisados, o que empregou variáveis morfométricas apresentou o melhor valor de Moran Local (r = 0,413), sendo este empregado na proposta de zoneamento ambiental. A partir da aplicação do modelo de fragilidade e da RUSLE notou-se um aumento da fragilidade ambiental e perda de solos entre os anos de 1984 e 2007, período este que a BHRP passa por intensa supressão da vegetação natural para o desenvolvimento de áreas de pastagem. A partir de 2013 até 2050 ocorreu redução nos valores de fragilidade e perda de solo, decorrentes do aumento das áreas de eucalipto. Contudo, este cultivo pode ocasionar diferentes impactos a médio e longo prazo nos contextos ambientais e sociais. Conclui-se que o modelo dinâmico de zoneamento ambiental para a bacia hidrográfica se mostrou vantajoso em relação ao modelo estático. Isso se deve ao fato de que o modelo dinâmico permite prever cenários futuros e situações de grande relevância para
              a tomada de decisões no planejamento e gestão ambiental. A capacidade de antecipar e analisar as mudanças no uso da terra e sua influência na fragilidade ambiental oferece vantagens aos gestores e tomadores de decisão, permitindo a adoção de medidas proativas e estratégias mais eficazes para garantir a sustentabilidade ambiental da bacia hidrográfica.
              "MODELAGEM PREDITIVA, AVALIAÇÃO E VALORAÇÃO DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DE ESTOQUE E SEQUESTRO DE CARBONO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO BEBEDOURO, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL.
              Curso Doutorado em Geografia
              Tipo Tese
              Data 05/10/2023
              Área GEOGRAFIA
              Orientador(es)
              • Vitor Matheus Bacani
              Coorientador(es)
                Orientando(s)
                • BRUNA DIENIFER SOUZA SAMPAIO
                Banca
                • Edson Luís Piroli
                • Elias Rodrigues da Cunha
                • Frederico dos Santos Gradella
                • José Mariano Caccia Gouveia
                • Patricia Helena Mirandola Garcia
                • Taissa Caroline Silva Rodrigues
                • Vitor Matheus Bacani
                Resumo Os serviços ecossistêmicos (SE) são definidos como sendo todos os benefícios diretos e indiretos que a população humana obtém da natureza. O sistema econômico é fortemente dependente do fluxo de bens e serviços, que com a crescente demanda aumenta a pressão sobre os recursos naturais, afetando a capacidade dinâmica dos ecossistemas em oferecer os serviços ecossistêmicos. As transformações no uso e cobertura da terra através dos processos de conversão da vegetação nativa em área de produção agrícola, intensificam a exploração dos recursos naturais – os principais motores da degradação ambiental, de modo que alteram o fluxo dos serviços ecossistêmicos. O bioma Cerrado é considerado como hotspot em biodiversidade, serve como um reservatório ou “esponja”, que distribui água para os demais biomas, além de ser berço de nascentes de algumas das maiores bacias da América do Sul. O Cerrado proporciona serviços ecossistêmicos abrangentes como: fornecimento de água por meio do escoamento superficial, recarga de água subterrânea e fluxos atmosféricos de vapor de água; armazenamento de grande quantidade de carbono em suas florestas, especialmente nas raízes profundas das árvores; alta biodiversidade de modo a oferecer recursos para o sustento da vida de agricultores familiares. O Estado de Mato Grosso do Sul se destaca na política de expansão de áreas agrícolas, com uma produção diversificada no agronegócio/agroindústria, fornecedora de produtos como a cana-de-açúcar, milho, minério de ferro, gado/carne, soja e com ênfase na produção de papel e celulose, que por sua vez tem intensificado o processo de transformação na paisagem. O bioma Cerrado está sendo ameaçado devido às atividades antrópicas, com destaque para a pecuária, silvicultura e a redução da vegetação nativa. Os fragmentos de vegetação de Cerrado constituem sumidouros de carbono e possuem um papel importante para a mitigação das mudanças climáticas. Isso ocorre porque, após ser retirado da atmosfera, o carbono se acumula nas plantas e no solo. Porém, a conversão da formação savânica-florestal para outros tipos de uso e cobertura pode liberar grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Assim, as transformações no uso e cobertura da terra são fatores importantes que afetam a prestação de serviços ecossistêmicos. A quantificação, mapeamento e avaliação desses serviços desempenham um papel essencial nas estratégias voltadas para a conservação ambiental. O objetivo geral desta tese foi estimar os serviços ecossistêmicos resultantes do estoque e sequestro de carbono em cenários de tendência de mudanças atuais e conservacionista na bacia hidrográfica do Córrego Bebedouro (MS), localizada entre os municípios de Três Lagoas e Selvíria (MS), onde se encontra a indústria motriz da produção de papel e celulose. A metodologia consistiu na utilização do sensoriamento remoto e técnicas de geoprocessamento, por meio do processamento digital das imagens dos sensores Landsat 5/TM e Landsat 8/ OLI e utilização da plataforma Google Earth Engine (GEE) em linguagem JavaScript, utilizando algoritmo classificador baseado em árvore de decisão Random Forest (RF). Foram analisadas as mudanças espaço-temporais (1984, 2004, 2009, 2015 e 2021) no uso e cobertura da terra, e a modelagem preditiva para estimar o sequestro de carbono em 2033 e 2051 em diferentes cenários. Foram definidas as seguintes classes: água, vegetação aluvial, formação savânica-florestal, pastagem, silvicultura e áreas construídas. Realizou-se a classificação supervisionada e identificação das principais mudanças para o uso e cobertura da terra ocorridas durante a análise temporal. Para validação da classificação utilizou-se o software ENVI e estimou-se a exatidão global e o índice Kappa, além do software ArcGIS para edição e quantificação da classificação. Os dados foram correlacionados por meio da tabulação cruzada e do cálculo de áreas. Os resultados demonstram que o algoritmo RF foi um classificador satisfatório com índice Kappa variando de 0,88 (1984) à 0,96 (2021). Houve mudanças no uso e cobertura da terra, primeiramente com a substituição da formação savânica-florestal (vegetação de Cerrado) para pastagem e fragmentações de áreas de Cerrado. Posteriormente, ocorreu a substituição de áreas de pastagens pelo cultivo de eucalipto, sendo estas áreas destinadas em sua grande maioria a produção de celulose. A projeção histórica para o cenário CMA, aponta que 35% da área (2033) e aproximadamente 38% (2051) da área da bacia hidrográfica será de silvicultura. Entretanto para o cenário conservacionista (PF) aponta um crescimento percentual de área na classe vegetação aluvial de 10,2% (2021) para 11,52% (2033) e 11,86% (2051). Conclui-se que no cenário conservacionista a valoração de serviços ecossistêmicos possui o dobro de sequestro de carbono, e consequentemente, de ganhos em relação ao valor presente líquido de C quando comparado com o cenário de tendência atual.
                "A GEOECOLOGIA DA PAISAGEM COMO BASE PARA A ADEQUAÇÃO DE ZONAS DE AMORTECIMENTO EM MONUMENTOS NATURAIS E PARQUES NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL"
                Curso Doutorado em Geografia
                Tipo Tese
                Data 22/09/2023
                Área GEOGRAFIA
                Orientador(es)
                • Patricia Helena Mirandola Garcia
                Coorientador(es)
                • Eduardo Salinas Chavez
                Orientando(s)
                • Rafael Martins Brito
                Banca
                • Andre Luiz Pinto
                • Célia Alves de Souza
                • Cesar Cardoso Ferreira
                • Gislene Figueiredo Ortiz Porangaba
                • Karla Maria Silva de Faria
                • Patricia Helena Mirandola Garcia
                • Vitor Matheus Bacani
                Resumo Em meio a intensa modificação no uso e cobertura da terra e impactos causados pelas atividades humanas, as Unidades de Conservação (UC) se consolidaram em âmbito mundial como uma das principais estratégias de manutenção da biodiversidade e proteção de aspectos ligados à paisagem. Esta dinâmica tem sido evidenciada nas últimas décadas no bioma Cerrado, em especial, no estado de Mato Grosso do Sul. Os monumentos naturais, categoria ligada à singularidade da paisagem, são fundamentais na proteção de valores ambientais, culturais e sociais. Neste contexto, definiu-se como objetivo principal propor a partir do estudo das unidades de paisagem uma alternativa de delimitação e adequação das Zonas de Amortecimento (ZA) das UC denominadas Monumento Natural Serra do Bom Jardim (MNSBJ), Monumento Natural Serra do Bom Sucesso (MNSBS) e Parque Natural Templo dos Pilares (PNMTP), localizadas na bacia hidrográfica do alto Taquari, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A pesquisa estruturou-se em sete etapas articuladas e complementares, apoiando-se em um eixo principal pautado nos procedimentos metodológicos baseados na Geoecologia das Paisagens para a obtenção de um mapa síntese de unidades de paisagem. Utilizou-se variáveis físico-geográficas ordenadas e hierarquizadas em um processo de cruzamento e sobreposição de informações em SIG. Foram identificadas cinco unidades de paisagem de primeiro nível (localidades), 14 de segundo nível (comarcas) e 28 de terceiro nível (subcomarcas). Derivouse das unidades de paisagem classificadas indicadores de naturalidade, singularidade e diversidade, no apoio à proposta de delimitação da ZA, com o apoio de critérios já consolidados para esta finalidade. Os resultados obtidos apontaram que a delimitação a partir destes indicadores mostra-se satisfatória à medida que compreende áreas com o potencial de articular de forma coerente os atributos que valorizam os Monumentos Naturais, do mesmo modo que busca satisfazer a carência e/ou ausência de abrangência com nascentes de afluentes do rio Taquari, incorpora áreas de notável beleza cênica, integra áreas suscetíveis a impactos negativos e colabora para a conectividade do corredor Emas Taquari-Pantanal.
                DINÂMICA GEOMORFOLÓGICA NO ALTO-MÉDIO RIO MIRANDA - MS
                Curso Doutorado em Geografia
                Tipo Tese
                Data 24/02/2023
                Área ANÁLISE REGIONAL
                Orientador(es)
                • Aguinaldo Silva
                Coorientador(es)
                • Sidney Kuerten
                • Hudson de Azevedo Macedo
                Orientando(s)
                • Rafael Bartimann de Almeida
                Banca
                • Aguinaldo Silva
                • Beatriz Lima de Paula Silva
                • Frederico dos Santos Gradella
                • Mauro Henrique Soares da Silva
                • Michael Matthew McGlue
                • Sandra Mara Alves da Silva Neves
                • Vitor Matheus Bacani
                Resumo A paisagem fluvial é resultado da combinação de diferentes fatores, e suas relações nunca são estáticas. Logo, entende-se que a compreensão das dinâmicas geomorfológicas é essencial para subsidiar a gestão ambiental dos rios. O objetivo geral desta tese foi analisar a dinâmica geomorfológica e o comportamento hidrossedimentológico do trecho do alto-médio rio Miranda, identificando processos naturais e antrópicos que interferem na morfologia da paisagem fluvial, considerando os mecanismos diversos relacionados à erosão, ao transporte e à sedimentação, responsáveis pela alteração das formas e dos processos fluviais. Para tal, o documento está estruturado em quatro capítulos. Nos dois primeiros, considerando o recorte da bacia hidrográfica, explana-se sobre a localização e a caracterização da área estudada e realizou-se uma avaliação de suas características morfológicas. Nos dois últimos foca-se no canal principal, o rio Miranda, em que foi realizada a compartimentação do sistema canal-planície e caracteriza-se o atual regime hidrossedimentar do canal, evidenciando o tipo de vazão responsável pela morfologia do canal e as relações de geometria hidráulica. Para o desenvolvimento da tese, utilizou-se dados de imagens de satélite (Landsat-8) e Modelo Digital de Elevação – MDE (Alos-Palsar), organizados e processados em um Sistema de Informação Geográfica - SIG (ArcGis), bem como, dados hidrossedimentológicos tratados a partir de técnicas estatísticas e ferramentas específicas (softwares SisCah 1.0 e Excel). Como resultado, percebe-se que a área estudada possui grande amplitude altimétrica e relevo predominantemente plano associado a planícies e planaltos. As maiores declividades e altitudes estão associadas às regiões da Serra da Bodoquena e da Serra de Maracajú. O padrão de drenagem é dendrítico e a estruturação de canais é de 8º ordem. O rio Miranda, canal principal da bacia, constitui um típico canal meandrante, com índice de sinuosidade de 2,48. Parâmetros morfométricos indicam que a bacia tem forma alongada e baixa capacidade de drenagem, o que indica uma forte influência litológica na região. Com base no grau de confinamento do vale e em suas respectivas unidades geomórficas, indica-se três compartimentos geomorfológicos para o rio Miranda, sendo que no primeiro predominam feições fluviais típicas de canal meandrante (barra lateral, barra central, ilhas) e nos dois últimos, as unidades geomórficas de planície de inundação (espiras de meandros, cortes de meandros, paleocanais, entre outras) aparecem em maior quantidade. Isso evidencia uma redução da declividade e a maior conectividade entre canal e planície em eventos de alto deflúvio, cujo fluxo extrapola o nível de margens plenas. Por fim, o regime hidrológico do rio Miranda é caracterizado pela alta variação das vazões, estando relacionado à dinâmica das precipitações e com tempo de resposta distinto entre as estações fluviométricas analisadas. A vazão que molda o canal no trecho da estação de Bonito parece ser as vazões máximas, enquanto que na estação de Miranda, a gênese e morfologia do canal parecem mais relacionadas à vazão efetiva. Contudo, estudos com sedimentos de fundo ainda devem ser realizados. Por fim, o nível de margens plenas e a presença de unidades geomórficas típicas de planície nas áreas adjacentes do terceiro compartimento evidenciam que a conectividade do sistema canal-planície é mais frequente na estação de Miranda.
                Análise da fragilidade ambiental sazonal integrando a equação revisada de perda de solos e a qualidade das águas superficiais
                Curso Doutorado em Geografia
                Tipo Tese
                Data 23/02/2023
                Área ANÁLISE REGIONAL
                Orientador(es)
                • Vitor Matheus Bacani
                Coorientador(es)
                  Orientando(s)
                  • Víncler Fernandes Ribeiro de Oliveira
                  Banca
                  • Andre Luiz Pinto
                  • Cesar Gustavo da Rocha Lima
                  • Elias Rodrigues da Cunha
                  • Frederico dos Santos Gradella
                  • Hermiliano Felipe Decco
                  • Jader de Oliveira Santos
                  • Vitor Matheus Bacani
                  Resumo As intervenções nos diferentes componentes do ambiente como o relevo, o solo e a cobertura vegetal, podem resultar no aparecimento de erosões e no comprometimento da qualidade da água e da funcionalidade do sistema, sendo esta intervenção maior ou menor em função das características intrínsecas do ambiente, ou seja, da fragilidade ambiental. Estas modificações podem ser provenientes das intervenções antrópicas ou mesmo de causas naturais, em associação com a sazonalidade climática. Assim, a hipótese central a ser investigada parte da premissa de que o estado de conservação ambiental sazonal, avaliado a partir da fragilidade ambiental, utilizando a estimativa da perda de solo e qualidade da água superficial como elemento participativo da análise ambiental, pode refletir o estado de conservação da bacia hidrográfica do córrego Urutu – MS. Deste modo este trabalho teve como objetivo avaliar a fragilidade ambiental de forma sazonal a partir da implementação de variáveis como erosividade da chuvas, erodibilidade do solo, declividade, Índice de Vegetação por Diferença Normalizada – IVDN e a qualidade da água superficial. Baseado neste conjunto destas variáveis foi também realizado, sobre a influência sazonal, a estimativa da perda de solo a partir da equação revisada da perda de solo e a classificação da qualidade da água por meio da resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Desta forma os modelos de análise ambiental confeccionados a partir da influência sazonal, resultaram na distribuição de suas classes espacialmente a partir da sensibilidade do ambiente a perda de solo. Os resultados mostraram que houve a influência da sazonalidade na fragilidade ambiental, na perda de solo e também na qualidade da água, sendo a erosividade da chuva e o IVDN um dos principais responsáveis por esta diferenciação. Detalhadamente, dentre as estações, a primavera foi a estação que resultou em maior área classificada como alta (27%) e média (46%) fragilidade ambiental (27%), com estimativa da perda de solo com média de 0,3733 t.ha-1mês-3 e com a classe II de qualidade da água. O verão foi a segunda estação com as maiores áreas de classe alta (20%) e média (42%) de fragilidade ambiental, porém apresentou maior taxa estimada de perda de solo, com valor médio de 0,4393 t.ha-1mês-3. Já as perdas de solo do outono (0,07683 t.ha-1mês-3) e o inverno (0,0569 t.ha-1mês-3) apresentaram as menores taxas, com as maiores áreas classificadas com a classe baixa da fragilidade ambiental e resultando na classe II de qualidade da água. A validação dos modelos sazonais da análise ambiental resultou na detecção de áreas que necessitam de intervenção, com relação ao controle da perda de solo. A partir da validação sazonal da fragilidade ambiental, por pontos de erosão, a classificação sazonal da qualidade da água foi utilizada como variável participativa da análise ambiental. Para isso a compartimentação da bacia hidrográfica foi a principal condição para análise ambiental, pois esta permitiu que não houvesse generalização da classificação tanto da fragilidade ambiental como da qualidade da água. Além do mais, a qualidade da água como variável participativa da fragilidade ambiental mostrou uma relação direta sobre as áreas de florestas naturais/plantadas, com exceção apenas da primavera. De modo geral a avaliação da fragilidade ambiental utilizando este conjunto de variáveis e em associação com a influência climática (sazonalidade) refletiram o estado de conservação da BHCU.
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