Curso |
Especialização em Residência Médica em Neurologia |
Tipo |
Trabalho de Conclusão de Curso |
Data |
27/02/2025 |
Área |
NEUROLOGIA |
Orientador(es) |
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Coorientador(es) |
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Orientando(s) |
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Banca |
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Resumo |
Introdução: O acidente vascular cerebral isquêmico agudo (AVCi) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. A implementação de unidades especializadas em AVC e terapias baseadas em evidências, como a trombólise intravenosa, melhorou significativamente os desfechos dos pacientes. Este estudo analisa o perfil epidemiológico, os desfechos clínicos e as complicações associadas à trombólise em pacientes com AVC atendidos em um hospital terciário no Brasil. Métodos: Conduzimos um estudo observacional retrospectivo incluindo pacientes com AVCi submetidos à trombólise intravenosa na Unidade de AVC do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP) entre 2018 e 2024. Foram avaliadas características demográficas, clínicas e de exames complementares que permitiram a elegibilidade para trombólise, complicações hemorrágicas e infecciosas, tempo de internação, mortalidade hospitalar e desfecho clínico segundo a Escala Modificada de Rankin. Análises estatísticas univariadas e regressão multivariada foram realizadas. Resultados: Entre os 1389 pacientes avaliados, 283 (20,37%) receberam trombólise. A mediana de idade foi de 67 anos, e 54,8% eram do sexo masculino. Hipertensão (72,4%), diabetes (26,5%) e fibrilação atrial (17,3%) foram os fatores de risco mais prevalentes. Wake-up stroke (WUS) esteve presente em 8,8% dos pacientes. Transformação hemorrágica sintomática foi observada em 8,9% dos casos, sendo WUS e fibrilação atrial fatores de risco significativos. O uso de antibióticos foi necessário em 23,6%, principalmente para infecções respiratórias e urinárias, associadas à gravidade do AVC e fibrilação atrial. A mortalidade intra-hospitalar foi de 6,36%, e a necessidade de antibióticos e hiperglicemia na admissão foram preditores independentes de pior prognóstico. O tempo mediano de internação foi de 6 dias, aumentando significativamente em pacientes com infecções e estenose de carótida. Conclusão: Esses achados ressaltam a necessidade de desenvolvimento de protocolos específicos de prevenção e manejo das complicações a fim de melhorar os desfechos entre estes pacientes. |
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