Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias

Atenção! O edital referente ao processo seletivo e arquivos pertinentes ao curso estão disponíveis no site do curso.
Os resultados dos processos seletivos serão divulgados no site do curso.

Trabalhos

Trabalhos Disponíveis

TRABALHO Ações
INJÚRIA RENAL AGUDA EM PACIENTES HIV/AIDS HOSPITALIZADOS
Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
Tipo Dissertação
Data 25/11/2022
Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
Orientador(es)
  • Anamaria Mello Miranda Paniago
Coorientador(es)
    Orientando(s)
    • Jackelyne Alves de Medeiros Vilela
    Banca
    • Anamaria Mello Miranda Paniago
    • Eliana da Costa Alvarenga de Brito
    • Elsa Alidia Petry Goncalves
    • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
    • Silvia Naomi de Oliveira Uehara
    Resumo Pacientes infectados pelo HIV são mais vulneráveis à Injúria Renal Aguda (IRA). O objetivo desse estudo foi estimar a incidência e analisar fatores associados à IRA em pacientes recém diagnosticados com HIV/AIDS hospitalizados, bem como o seu impacto no tempo de hospitalização e óbito. O estudo foi realizado no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, no período de novembro de 2020 a abril de 2022. Foram incluídos prospectivamente pacientes que tiveram diagnóstico de HIV/AIDS durante a hospitalização e que não faziam uso de TARV. A IRA foi diagnosticada e classificada de acordo com os critérios Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO). Foram incluídos 63 pacientes. A maioria homem (n= 47; 74,6%), com mediana de 42 anos de idade [Q1; Q3 29; 53] e de contagem de CD4+ de 40,5 células/mm3 [Q1; Q3 25,0; 104]. Quase todos (n= 59; 93,7%) apresentavam alguma doença oportunística, sendo as mais frequentes: tuberculose (n= 25; 39,7%), neurotoxoplasmose (n=17; 27%), pneumocistose (n= 15; 23,8%), leishmaniose visceral e criptococose (n=10; 15,9%). A incidência acumulada de IRA foi de 65,1% (IC 95%). O tempo mediano para IRA foi de 5 dias [Q1; Q3 2; 14] após a internação. Variáveis associadas à IRA foram: baixa contagem de células CD4+, criptococose, uso de anfotericina B, uso de droga vasopressora e necessidade de suporte ventilatório. Quinze (36,6%) atingiram a classificação mais elevada de IRA (KDIGO 3) e as principais causas foram sepse e nefrotoxicidade. Oito pacientes (53,3%) foram submetidos à hemodiálise. Pacientes com IRA permaneceram mais tempo internados do que os sem IRA com média de 16,8 dias (DP 10,7) VS 32,4 dias (DP 12,8) (p<0,001). Os resultados mostram que a incidência de IRA em pacientes hospitalizados com HIV/AIDS é elevada e aqueles que apresentam IRA apresentam o dobro do tempo de hospitalização. Medidas de prevenção de doenças oportunísticas, especialmente das que demandem o uso de anfotericina B desoxicolato, como a criptococose, podem impactar na redução de IRA em pacientes HIV/AIDS hospitalizados. Palavras-chave: AIDS. CD4+. Hospitalização. Nefrotoxicidade.
    AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE RASTREAMENTO PARA DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO LATENTE POR MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS
    Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
    Tipo Dissertação
    Data 30/09/2022
    Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
    Orientador(es)
    • Anamaria Mello Miranda Paniago
    Coorientador(es)
      Orientando(s)
      • Maria Aparecida Cavichioli de Santana
      Banca
      • Adriana Carla Garcia Negri
      • Anamaria Mello Miranda Paniago
      • Ana Paula da Costa Marques
      • Ângela Carvalho Freitas
      • Everton Falcao de Oliveira
      Resumo A tuberculose (TB) é uma das principais causas de óbito em pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) e o tratamento da infecção latente por Mycobacterium tuberculosis (ILTB) é um dos pilares do controle da TB. Avaliamos duas diferentes estratégias para a triagem de ILTB em PVHA atendidas em centro de referência de doenças infecciosas em Campo Grande, MS. Os participantes do estudo eram PVHA com 18 anos ou mais. Foram excluídos casos com TB ativa; história de tratamento de ILTB; teste tuberculínico (TT) realizado há menos de 6 meses; indisponibilidade para retornar para leitura do TT e indisponibilidade ou impossibilidade de coleta de sangue para a realização do ensaio de liberação de interferon gama (IGRA). Foram realizados IGRA com QuantiFERON® TB Gold Plus (QFT-Plus), TT e radiografia de tórax posteroanterior e perfil. Foram considerados casos de ILTB aqueles com QFT-Plus positivo ou TT positivo e descartada TB ativa na avaliação médica e radiológica. Foram incluídos 296 participantes, com mediana de idade de 44 (IQR1 =33,3 e IQR3= 54) anos, com predomínio de homens (60,8%), não brancos (67,2%). Tinham mediana de contagem de CD4+ de 556 (IQR1 =395 e IQR3= 774,5) células/mm³ e 88,2% tinham carga viral não detectável. A prevalência de ILTB foi 15,9% (Intervalo de Confiança IC 95%: 11,9% – 20,6%). A positividade do TT foi de 7,4% (IC 95%: 4,7%-11,0%) e do QFT-Plus foi de 12,8% (IC 95% 9,3%- 17,3%). A prevalência de ILTB foi mais alta nos com contagem de CD4+ igual ou superior a 350 células/mm3 do que entre aqueles com CD4+ menor do que 350 células/mm3 (6,8% vs 18,1%; p=0,033). Enquanto a positividade do TT foi mais frequente nos com contagem de CD4+ igual ou superior a 350 células/mm3 (p=0,010), isso não foi observado com o QFT-Plus (p=0,116). Trinta e quatro (11,5%) pacientes apresentaram discordância entre os resultados dos testes IGRA e TT, sendo que 25 eram IGRA positivo e TT negativo e 9 eram IGRA negativo e TT positivo. O coeficiente kappa dos testes revelou uma concordância apenas razoável (k=0,374; IC95%: 0,177 – 0,572, p= 0,001). Não observamos associações entre variáveis clínicas e epidemiológicas e a ocorrência de testes discordantes. O IGRA identificou mais casos de ILTB quando comparado ao TT, no entanto 9 dos 48 pacientes só puderam ser diagnosticados com ILTB pelo TT. Conclui-se que a utilização dos dois testes, QFT-Plus e TT em paralelo, em PVHA foi capaz de detectar mais casos de ILTB do que o TT isoladamente e os resultados apontam para a superioridade do QFT-Plus entre os com CD4+.
      MONITORAMENTO DE AEROCONTAMINAÇÃO POR ASPERGILLUS SPP. EM HOSPITAL TERCIÁRIO DE CAMPO GRANDE
      Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
      Tipo Dissertação
      Data 30/09/2022
      Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
      Orientador(es)
      • Marilene Rodrigues Chang
      Coorientador(es)
        Orientando(s)
        • Michele Scardine Corrêa de Lemos
        Banca
        • Anamaria Mello Miranda Paniago
        • Ana Rita Barbieri Filgueiras
        • Marilene Rodrigues Chang
        • Rosianne Assis de Sousa Tsujisaki
        • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
        Resumo Espécies de Aspergillus são fungos produtores de esporos que são dispersos no ar ambiente. A inalação dessas partículas pode levar desde um processo alérgico, ou uma infecção pulmonar primária até uma infecção disseminada, comumente fatal em pacientes com condição de imunodepressão. Aspergillus são responsáveis pela segunda maior ocorrência de infecções fúngicas invasivas em hospitais terciários. O objetivo deste estudo foi investigar a aerocontaminação por Aspergillus em ar condicionado e ar ambiente de um hospital terciário de Campo Grande-MS e determinar o perfil de suscetibilidade antifúngica dos isolados. No ano de 2021, amostras de ar foram coletadas na Unidade de Clínica Médica (UCM), Unidade de Cuidados Intensivos/Semi-Intensivos (UCIS) e Unidade de Urgência e Emergência (UUE) com uso de amostrador de ar (100L/min por 1min) contendo placas de ágar Dicloran Rosa Bengala. As placas foram incubadas por 72 h a 30ºC. Os Aspergillus foram identificados a nível de seção por meio de suas características macro e microscópicas e confirmadas por PCR e sequenciamento de DNA. A suscetibilidade aos antifúngicos itraconazol, voriconazol e posaconazol foi determinada pelo teste de triagem conforme recomendação do EUCAST e a resistência foi confirmada com a metodologia de microdiluição em caldo (EUCAST E.Def. 9.3.2). Foram realizadas 238 amostragens, 184 do ar ambiente e 54 de ar condicionados. Cerca de 4.300 colônias de fungos foram isoladas. Dentre estas, 324 (7,54%) colônias eram de Aspergillus spp. Estes foram identificados a nível de seção como sendo 95 (29,5%) da seção Fumigati, 89 (27,4%) da seção Nigri; 73 (22,5%) da seção Versicolores; 38 (11,7%) da seção Flavi; 17 (5,2)% da seção Nidulantes; 10 (3,1)% da seção Terrei e em 2 (0,6%) não foi possível identificar a seção. Aspergillus da seção Fumigati foram mais isolados no inverno e na UCIS. No teste de triagem realizado com 148/324 Aspergillus foi observada resistência em 16 (10,8%). A resistência a pelo menos um antifúngico foi confirmada em quatro (12,5%) isolados de A. fumigatus, dois (3,7%) A. flavus, dois (3,7%) da seção Nigri, sendo um (1,85%) A. tubingensis e 8 (32,0%) da seção Versicolores, sendo cinco (20,0%) A. sydowii. No ar ambiente e no ar condicionado de unidades hospitalares, onde se encontram pacientes críticos, foram isolados fungos do gênero Aspergillus que podem causar aspergilose invasiva. No ar ambiente do hospital foram identificados A. fumigatus resistentes a azóis, fungos esses que podem causar aspergilose de difícil tratamento. O monitoramento do ar de unidades hospitalares com pacientes críticos é essencial como subsídio para implementação de melhorias na qualidade do ar ambiente minimizar o risco de aquisição de aspergilose pulmonar e invasiva.
        PHLEBOTOMINAE (DIPTERA: PSYCHODIDAE) EM DUAS CIDADES COM TRANSMISSÃO INTENSA DE LEISHMANIOSE VISCERAL, BRASIL
        Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
        Tipo Dissertação
        Data 29/09/2022
        Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
        Orientador(es)
        • Alessandra Gutierrez de Oliveira
        Coorientador(es)
        • Aline Etelvina Casaril Arrua
        Orientando(s)
        • Aline Márcia dos Santos Villasanti
        Banca
        • Alessandra Gutierrez de Oliveira
        • Eliane Mattos Piranda
        • Everton Falcao de Oliveira
        • Yasmin Silva Rizk
        Resumo Os estudos de fauna de flebotomíneos permitem avaliar a presença de vetores e fornecer subsídios para as medidas de vigilância e controle das leishmanioses. O objetivo deste estudo é descrever a fauna de flebotomíneos em Campo Grande (MS) e São Luís (MA), bem como os índices sociodemográficos e ambientais das áreas urbanas. As coletas dos espécimes foram realizadas, mensalmente, por três noites consecutivas, com armadilhas luminosas do tipo CDC em 20 pontos de cada cidade. As armadilhas foram instaladas às 18:00 h e retirada às 06:00 h. As informações sociodemográficas foram obtidas por meio do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os dados ambientais (precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar, temperatura e velocidade do vento) pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Em Campo Grande, as capturas ocorreram de julho de 2021 a junho de 2022, enquanto em São Luís as coletas foram conduzidas de agosto de 2021 a março de 2022. Nas duas cidades, foram coletados 8.198 flebotomíneos. Deste total, 5.849 são oriundos de Campo Grande e 2.349 de São Luís. Foram coletados 5.670 (69,16%) machos e 2.528 (30,84%) fêmeas. Lutzomyia longipalpis foi a espécie mais frequente tanto em Campo Grande (MS) com 5.823 (99,55%) quanto em São Luís (MA) com 2.337 (99,48%). Vale ressaltar que esta espécie é o principal vetor de Leishmania infantum, evidenciando a participação de Lutzomyia longipalpis na transmissão da leishmaniose visceral, nos municípios estudados. Estudos de flebotomíneos são essenciais para auxiliar no controle do vetor e, consequentemente, no controle das leishmanioses.
        TRATAMENTO DA INFECÇÃO LATENTE POR TUBERCULOSE EM PESSOAS VIVENDO COM HIV SOB A ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE.
        Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
        Tipo Dissertação
        Data 23/09/2022
        Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
        Orientador(es)
        • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
        Coorientador(es)
          Orientando(s)
          • Vânia Silva dos Reis
          Banca
          • Adriana Carla Garcia Negri
          • Anamaria Mello Miranda Paniago
          • Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
          • Everton Ferreira Lemos
          • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
          Resumo O tratamento da Infecção Latente por Tuberculose (ILTB) em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) reduz o risco de adoecimento por Tuberculose (TB), principal causa de morte nessa população. A baixa adesão dos profissionais à implementação do tratamento da ILTB e escassez de estudos referentes aos aspectos psicossociais podem interferir neste enfrentamento. Nosso objetivo foi compreender a percepção dos profissionais de saúde da atenção especializada, acerca do Tratamento da ILTB para PVHIV, em uma Capital da região Centro Oeste do Brasil. Neste estudo qualitativo realizado no período de outubro de 2020 a agosto de 2022 foram incluídos 14 profissionais, 10 médicos e 04 enfermeiros atuantes há mais de seis meses nos serviços de referência. A coleta de dados se deu por meio de entrevista semiestruturada e áudio gravada, os dados foram tratados com base na Teoria Fundamentada em Dados (TDF) e sua análise ancorada no referencial teórico do Interacionismo Simbólico (IS). Foi utilizado o critério de amostragem por saturação teórica. Os resultados foram estruturados em formato de um artigo abarcando o fenômeno central “Enfrentando desafios na implementação do tratamento da ILTB à luz das evidências científicas” sustentado por quatro categorias: 1) Demonstrando conhecimento teórico sobre a ILTB e seu protocolo de tratamento; 2) Lidando com as complexidades para adesão do protocolo no serviço; 3) Tendo o vínculo como instrumento de superação nas diferentes perspectivas do cuidado às PVHIV; 4) Buscando estratégias para facilitar a adesão do protocolo de tratamento no serviço. Evidenciou-se que os profissionais dos serviços de referência detêm conhecimento teórico sobre o protocolo de tratamento da ILTB e o compreendem como tratamento preventivo da TB e seus desfechos nas PVHIV, no entanto, enfrentam dificuldades na sua implementação diante de obstáculos estruturais no serviço, inseguranças em instituir a terapêutica e vulnerabilidades dos pacientes. Vislumbram condições ideais para adesão do protocolo no serviço e procuram mediar os enfrentamentos fortalecendo o vínculo com pacientes por meio da interação multiprofissional, ensino e pesquisa. Espera-se que esse estudo possa subsidiar ações no enfrentamento de lacunas na adesão ao tratamento de ILTB com implicações para a eliminação da TB e óbitos de PVHIV.
          Descritores em saúde: Tuberculose. Tuberculose latente. HIV. Epidemiologia. Adesão. Protocolo de Tratamento. Pesquisa qualitativa.
          IMPACTO DA CRIPTOCOCOSE NA RECUPERAÇÃO IMUNOLÓGICA EM PACIENTES COM AIDS E IMUNOSSUPRESSÃO GRAVE
          Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
          Tipo Dissertação
          Data 19/09/2022
          Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
          Orientador(es)
          • Anamaria Mello Miranda Paniago
          Coorientador(es)
            Orientando(s)
            • Elisângela Freitas Mendonça
            Banca
            • Adriana de Oliveira Franca
            • Anamaria Mello Miranda Paniago
            • Claudia Elizabeth Volpe Chaves
            • Eunice Atsuko Totumi Cunha
            • Everton Falcao de Oliveira
            Resumo A criptococose é uma micose sistêmica oportunística com elevada letalidade e que ocorre em condições de imunossupressão, incluindo infecção pelo HIV/aids. A recuperação imunológica obtida com a terapia antirretroviral (TARV) é a forma mais efetiva no controle das infecções oportunísticas na aids. Baseado em observação na prática clínica e considerando que Cryptococcus spp acelera a replicação do HIV in vitro, nós hipotetizamos que a criptococose retarda ou impede a recuperação imunológica de pacientes com aids e imunossupressão grave. O objetivo do estudo foi analisar se há associação entre a presença de criptococose e a recuperação imunológica de pacientes com aids e imunossupressão grave num seguimento de até 5 anos. Os participantes foram selecionados de uma população de 230 pacientes com aids e contagem de CD4+ ≤ 200 células/mm3, que foram submetidos à investigação sistemática de criptococcose. Aqueles que foram acompanhados por mais do que 100 dias foram elegíveis para este estudo de coorte. Assim, o grupo exposto à criptococose foi composto por 21 pacientes e um grupo não exposto foi selecionado aleatoriamente por sorteio e pareado por faixa de células CD4+, na proporção 3 não-exposto para 1 exposto, com 67 participantes. O desfecho recuperação imune foi definido como contagem de CD4+ de 350 células ou mais. As análises estatísticas utilizadas foram o qui-quadrado ou prova exata de Fisher para comparar variáveis categóricas e o teste U de Mann Whitney para variáveis contínuas. Análise multivariada por regressão logística foi usada para avaliar variáveis independentemente associadas à recuperação imunológica. A curva de Kaplan Meier, analisada pelo log rank, foi utilizada para o tempo de recuperação imune. Um valor de p < 0,05 foi considerado significativo e de 0,05 a 0,10 como tendência. Ambos os grupos apresentavam características basais similares, exceto pelo fato de que os expostos à criptococose tinham uma proporção menor de neurotoxoplasmose. Uma tendência de menor taxa de recuperação imunológica foi observada no grupo com criptococose (19,0% vs 38,8%, p= 0,096). Os outros desfechos estudados, tais como razão células CD4+ final/ inicial, diferença entre CD4 final e inicial e tempo para atingir a recuperação imunológica não diferiram entre os grupos. Na análise multivariada foi possível observar que idade menor de 40 anos, carga viral do HIV indetectável no seguimento e maior tempo de acompanhamento foram variáveis independentemente associadas à recuperação imunológica. Pacientes com criptococose apresentaram 3,61 (IC 95% 0,90-14,53; p=0,071) vezes mais chance de falha na recuperação imunológica do que os pacientes sem persistindo a tendência à significância estatística. Os resultados encontrados apontam para a possibilidade da criptococose ser um fator associado a menores taxas de recuperação imunológica na aids e imunossupressão grave, o que poderá ser elucidado com estudos que envolvam um número maior de pacientes.

            INFECÇÃO POR SARS-COV-2 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM HOSPITAIS TERCIÁRIOS DE CAMPO GRANDE - MS
            Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
            Tipo Dissertação
            Data 29/08/2022
            Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
            Orientador(es)
            • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
            Coorientador(es)
              Orientando(s)
              • Antonio Luiz Dal Bello Gasparoto
              Banca
              • Adriana Carla Garcia Negri
              • Anamaria Mello Miranda Paniago
              • Ana Paula da Costa Marques
              • Angelita Fernandes Druzian
              • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
              Resumo Estudar os aspectos epidemiológicos, clínicos e moleculares da infecção pelo SARS-CoV-2 e a identificação de fatores associados a infecção em profissionais de saúde podem contribuir para a compreensão da infecção entre os profissionais de saúde. Considerando a escassez de dados sobre a dinâmica da infecção pelo novo coronavírus no Brasil na época, o presente estudo objetivou 1) estimar a taxa de ataque da infecção pelo SARS-CoV-2 em profissionais de saúde de dois hospitais terciários de Campo Grande, MS; 2) analisar as características demográficas, clínicas e fatores de riscos; 3) identificar as variantes circulantes do vírus. Um estudo de coorte, observacional e prospectivo foi conduzido com 554 profissionais de saúde no período de maio de 2020 a janeiro de 2021. Durante 12 visitas, com intervalo de 15 dias, foram realizadas coletas de secreção nasal e orofaríngea e entrevista estruturada. A detecção do SARS-CoV-2 foi realizada por RT-qPCR e o sequenciamento completo do genoma viral foi realizado em amostras com o vírus detectável. A maioria dos participantes do estudo era constituído por indivíduos do sexo feminino (77,08%), brancos (57,40%), com idade entre 20 e 40 anos (64,98%), predominantemente com sobrepeso (37,90%), sem comorbidades (74,72%). A maioria relatou não fazer uso de medicamentos contínuos (68,77%), apresentar cicatriz da vacina BCG (91,69%), não tabagistas e não alcoolistas (90,43%). Predominantemente os participantes eram provenientes do hospital de referência estadual para Covid-19 (58,31%), possuíam pós-graduação (54,33%), compunham o corpo de enfermagem (61,92%), estavam alocados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) (37,36%) e informaram ter recebido dois treinamentos para uso e remoção de EPIs (79,43%). A infecção ativa pelo SARS-CoV-2 foi confirmada em 28,51%, sendo 4,43% assintomáticos, 9,50% oligossintomáticos e 86,07% sintomáticos. As taxas de ataque mensais variaram de 0,51% a 9,52% e dois picos foram identificados em agosto e dezembro/2020, com as maiores taxas de ataque no hospital referência. Os fatores de risco associados com o diagnóstico molecular positivo, independentemente da presença ou ausência de sintomas, foram: ser do sexo masculino, trabalhar no hospital de referência para Covid-19 e possuir escolaridade de nível superior. Os sintomas associados ao diagnóstico positivo foram: apresentar tosse, mialgia, cefaleia, anosmia e febre. O uso de medicamentos ou substâncias com a intenção de prevenir ou tratar a infecção que apresentaram associação a infecção ativa foram hidroxicloroquina e zinco. A dinâmica de infecção foi similar entre os profissionais de saúde estudados e a população da cidade de Campo Grande, tanto para a primeira onda como para a segunda onda da pandemia. Entre as amostras que apresentaram positividade para o RNA do SARS-CoV-2 na técnica de RT-qPCR, 35 (22,15%) foram submetidas para o sequenciamento de genoma completo e cinco linhagens foram detectadas, B.1.1.28, P.2, B.1.1.33 e N.4. Nossos resultados sugerem que: 1) profissionais da saúde atuantes em hospital de referência para Covid-19 apresentaram maior incidência em comparação com o hospital não-referência; 2) a dinâmica da infecção na população estudada acompanhou o comportamento da infecção na população em geral na cidade de Campo Grande; 3) a infecção assintomática em 4,43% e oligossintomática em 9,50%, poderiam passar desapercebidas pela triagem de rotina de sintomáticos dos serviços de saúde ocupacional; 4) a distribuição das linhagens circulantes do SARS-CoV-2 entre os profissionais de saúde em estudo, coincidiu com as linhagens dominantes no Brasil.
              INFECÇÃO PELO VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T HUMANAS (HTLV) NA POPULAÇÃO INDÍGENA DA RESERVA DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL
              Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
              Tipo Dissertação
              Data 27/06/2022
              Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
              Orientador(es)
              • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
              Coorientador(es)
              • Larissa Melo Bandeira
              Orientando(s)
              • Carolina Amianti
              Banca
              • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
              • Antonio Carlos Rosário Vallinoto
              • Sabrina Moreira dos Santos Weis
              • Silvia Naomi de Oliveira Uehara
              • Tayana Serpa Ortiz Tanaka
              Resumo O Vírus T-Linfotrópico Humano (HTLV) apresenta distribuição mundial e sua infecção demonstra elevada prevalência em alguns grupos populacionais no Brasil, incluindo as populações indígenas. O estado de Mato Grosso do Sul conta com a segunda maior reserva indígena do país, localizada na cidade de Dourados. Considerando a carência de estudos e dados epidemiológicos da infecção pelo HTLV neste grupo populacional, o presente estudo transversal objetivou estimar a prevalência e os principais fatores associados à infecção pelo HTLV, bem como investigar os principais tipos e subtipos virais circulantes. Após consentimento, 1.875 indígenas da reserva de Dourados foram submetidos à entrevista e coleta de amostras de sangue. Todas as amostras biológicas coletadas foram triadas para pesquisa de anticorpos anti-HTLV-1/2 utilizando imunoensaio enzimático (ELISA) e as que apresentaram resultado positivo, confirmadas por western blot. As amostras confirmadamente positivas foram submetidas à amplificação da região 5’LTR do HTLV por nested PCR. O DNA proviral do HTLV-1 obtido foi submetido à genotipagem por sequenciamento parcial de nucleotídeos por Sanger. A idade mediana da população estudada foi de 31 anos. A maioria era do sexo feminino (74,2%) e da etnia Guarani-Kaiowá (69,2%). Entre os indivíduos estudados, 872 (46,5%) e 1.003 (53,5%) eram residentes nas vilas de Jaguapiru e Bororó, respectivamente. A prevalência da infecção pelo HTLV-1 foi de 0,1% (IC 95%: 0,1-0,2). Após análise filogenética, os isolados foram classificados como pertencentes ao subtipo Cosmopolita (1a) e subgrupo Transcontinental (A). A prevalência da infecção pelo HTLV-1 na população estudada é considerada baixa quando comparada às encontradas em outras populações indígenas no Brasil. Diferentemente do encontrado nestes grupos indigenas do norte do país, a ausência de HTLV-2 na população estudada e a similaridade genética dos isolados sugere a introdução do HTLV-1 da área urbana para a indígena.
              Palavras-chave: HTLV-1. Prevalência. Indígenas.
              ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA INFECÇÃO POR M. TUBERCULOSIS EM MATO GROSSO DO SUL, 2016 A 2020.
              Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
              Tipo Dissertação
              Data 24/05/2022
              Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
              Orientador(es)
              • Julio Henrique Rosa Croda
              Coorientador(es)
              • Crhistinne Cavalheiro Maymone Goncalves
              Orientando(s)
              • Cleide Aparecida Alves Souza
              Banca
              • Anamaria Mello Miranda Paniago
              • Anete Trajman
              • Julio Henrique Rosa Croda
              • Roberto Dias de Oliveira
              • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
              Resumo Considera-se infecção por Mycobacterium tuberculosis (ITB), quando o indivíduo entra em contato com o bacilo, a partir de um indivíduo com tuberculose (TB) pulmonar ou laríngea. O bacilo permanece viável sem causar tuberculose doença (TBD), mas a reativação pode ocorrer, se o indivíduo apresentar condições que favoreçam a multiplicação celular, como em pacientes imunossuprimido, com comorbidades ou em terapia imunossupressora. O tratamento preventivo da infecção por Mycobacterium tuberculosis (TPT), em populações com alto risco de desenvolver TBD, faz parte das estratégias de eliminação da TB. Este estudo, realizado em Mato Grosso do Sul, descreve a epidemiologia da ITB, no período de 2016 a 2020. Estudo transversal, descritivo com componente analítico, abrange 79 municípios do estado utilizando dados secundários do SINAN; LABGERENCIAL; IL-TB e fichas físicas de notificação (FN-ITB) para o período e/ou municípios sem implantação IL-TB. Os dados foram organizados e processados com o programa Microsoft excel-2016, linguagem “R” e ferramenta QGis de geoprocessamento. As análises compreenderam estatística descritiva e inferenciais com intervalo de confiança a 95% (IC95%) para proporções sociodemográficas e odds ratio para o desfecho estimativa de modelagem do tipo Logit e nível de significância p<0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CAAE: 30719320.0.0000.0021. Foram incluídas 968 pessoas em TPT, sendo 773 (3,97% - IC[3,69%; 4,25%]) provenientes de contatos de TBD que resultou em maior proporção de tratados entre os contatos sem confirmação laboratorial do que aqueles contatos com confirmação laboratorial (102 (4,00% - IC[3,29%; 4,86%], 491 (3,01% - IC[2,76%; 3,29%],) respectivamente). Outros 195 relacionados a indivíduos sem história de contato, entre eles 32 PVHIV representando menos de 5% em relação as PVHIV com CD4 ≤ 350 células/ mm³ 32/741 (4,31%). Comparado as faixas etárias a concentração foi entre 1 a 20 anos e maiores de 51 anos (IC 95% = 55,68%, (48,57; 63,57), com predomínio do sexo feminino (IC 95% = 53,31 (50,10; 56,48) e indígenas (43,18%, IC95%:40,04-46,37). Com implantação do IL-TB houve acréscimo de municípios notificantes (13 para 50) e de pessoas notificadas em TPT (147%), municípios com pacientes de TB com confirmação laboratorial apresentaram razão de contatos registrados (5,06) superior a dados estatísticos de moradores por domicílio. Houve consonância dos exames de exclusão de TB e indicação de ITB com os critérios protocolares em 88,50% dos indivíduos que realizaram todos os exames. Correlacionando o tratamento com rifampicina e isoniazida, a rifampicina apresentou melhor desempenho no número de doses tomadas (80%). A frequência de conclusão por tratamento completo foi significativamente superior entre a população indígena e naqueles indivíduos que realizaram todos os exames. Conclui-se lacunas nas indicações de tratamento, principalmente entre os contatos de TB e fortalecimento de indicação de TPT nos grupos prioritários. A implantação do IL-TB apresentou-se eficaz quanto ampliação de notificados, monitorados e tratados de ITB.
              USO DE PLASMA DE DOADOR CONVALESCENTE PARA TRATAR PACIENTES COM INFECÇÃO GRAVE PELO SARS-COV-2 (COVID-19)
              Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
              Tipo Dissertação
              Data 13/04/2022
              Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
              Orientador(es)
              • Julio Henrique Rosa Croda
              Coorientador(es)
              • Crhistinne Cavalheiro Maymone Goncalves
              Orientando(s)
              • Ghislaine Gonçalez de Araujo Arcanjo
              Banca
              • Ana Lucia Lyrio de Oliveira
              • Anamaria Mello Miranda Paniago
              • Julio Henrique Rosa Croda
              • Karla Regina Warszawski de Oliveira
              • Roberto Dias de Oliveira
              Resumo A COVID-19 é uma doença potencialmente fatal sem terapia específica. Evidências
              sugerem que o plasma convalescente (PCC) pode ser útil contra casos graves de SARS-CoV2. Métodos: Ensaio clínico multicêntrico, controlado e randomizado, em cinco hospitais no
              Brasil entre abril e dezembro de 2020, para avaliar se a transfusão de PCC de alta doses pode
              beneficiar pacientes criticamente enfermos com COVID-19. Pacientes graves hospitalizados
              com até 10 dias de início dos sintomas eram elegíveis. O estudo foi planejado para um tamanho
              de amostra de 120 participantes. Foram adicionadas ao tratamento padrão três doses diárias
              (600 ml cada) de transfusão de PCC (anticorpo neutralizante título ≥ 64), para o grupo
              randomizado como grupo plasma, o grupo controle não recebeu nenhum tratamento adicional.
              Os resultados primários foram a taxa de mortalidade em 30 e 60 dias. Os desfechos secundários
              foram dias sem ventilação mecânica e dias sem hospitalização avaliados respectivamente aos
              30 e 60 dias a partir da randomização. Resultados e discussão: cento e dez participantes foram
              inscritos e três posteriormente excluídos. Entre os 107 participantes avaliados, 36 foram
              randomizados para receber PCC e 71 para o grupo controle. As idades médias entre os grupos
              foram 56 ± 15 anos (PCC) e 59 ± 12 anos (controle). As taxas de mortalidade foram de 22% no
              PCC e 25% no grupo de controle (OR 0,84; IC de 95%, 0,32-2,25; P = 0,81) no dia 30 e 31%
              (PCC) e 35% (controle) (OR 0,81; IC de 95%, 0,35-1,86; P = 0,67) no dia 60. O número de dias
              livres de ventilação mecânica na avaliação de 30 dias foram 12,5 (PCC; intervalo, 0-30) e 12
              (controle; 0-30; P = 0,82) e 42,5 (PCC; 0-60) e 39 (controle; 0-60; P = 0,80) no dia 60. O tempo
              de permanência em internação hospitalar não foi diferente entre os grupos (P = 0,43). A
              transfusão de PCC não gerou impacto significativo nos marcadores inflamatórios séricos.
              Conclusão: A adição de PCC de alta dose para suporte no cuidado dos pacientes com COVID19 grave, não trouxe benefício na diminuição de mortalidade, nem reduziu o tempo de
              permanência hospitalar ou a ventilação mecânica.
              Palavras-Chave: Anticorpos neutralizantes. COVID-19. Infecções por Coronavírus.
              Imunização Passiva. SARS-CoV2.
              TIPOS CELULARES ENVOLVIDOS NA RESPOSTA IMUNE À INFECÇÃO DA CÉRVICE UTERINA POR PAPILOMAVÍRUS DE ALTO RISCO ONCOGÊNICO (HR-HPV)
              Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
              Tipo Dissertação
              Data 30/03/2022
              Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
              Orientador(es)
              • Ines Aparecida Tozetti
              Coorientador(es)
              • Vanessa Terezinha Gubert
              Orientando(s)
              • Danielle Oliveira da Fonseca
              Banca
              • Antonio José Grande
              • Cacilda Tezelli Junqueira Padovani
              • Ines Aparecida Tozetti
              • Luana Silva Soares
              • Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
              Resumo A relação entre a infecção por HPV de alto risco oncogênico (HR-HPV) e as células da resposta imune é importante para compreensão da fisiopatologia da infecção e seu papel na progressão neoplásica. O objetivo deste trabalho é identificar as células da resposta imune envolvidas no processo de infecção por HR-HPV, correlacionadas ou não à presença de lesões cervicais e/ou câncer cervical. Um estudo de revisão sistemática composto por estudos primários de desenhos transversais, coortes e de caso controle foi realizado. A população de estudo foi composta por mulheres com testes positivos para HPV através de metodologia direta ou indireta. O quantitativo total de estudos recuperados foi de 6698, sendo 658 identificados como duplicatas. Portanto, o quantitativo final incluído foi de 6040. Posteriormente, 5957 estudos foram excluídos pois não respondiam à questão proposta. Dessa forma, 83 estudos foram considerados para leitura de texto completo. O quantitativo final de estudos incluídos foi de 25, visto que 58 estudos não atendiam aos critérios de elegibilidade. Ademais, foram adicionados 13 estudos via inserção manual. O quantitativo total, portanto, foi de 38 publicações divididas em 10 de metodologia indireta e 28 de metodologia direta. As lesões foram separadas por diferentes graus de acometimento em: câncer cervical, Lesão Intraepitelial Escamosa de Alto Grau (HSIL), Lesão Intraepitelial Escamosa de Baixo Grau (LSIL) e Negativo para Lesão Intraepitelial e Malignidade (NILM). Os tipos celulares relacionados às lesões foram: Linfócitos T (LT), Linfócitos B (LB), Linfócitos T Regulatórios (Tregs), Células Natural Killer (NK), Células NKT (NKT), Macrófagos, Células de Langerhans (LC) e Células Dendríticas (DC). Entre todas as relações observadas entre as células da resposta imune e a infecção viral/ lesões de acordo com a metodologia diretas e indireta, pode-se destacar como principais a presença de LT, LTregs e Macrófagos. Estas células estiveram aumentadas em um maior número de estudos associados à pacientes com infecção por HR-HPV e/ou lesões cervicais de alto grau, assim como, concordaram entre si, na grande maioria dos achados em ambas as metodologias. O risco de viés das publicações incluídas, assim como, a relação da qualidade da evidência, foram verificados utilizando-se a escala de New Castle Ottawa e GRADEpro, respectivamente. O presente trabalho, através da identificação de células da resposta imune em mulheres com infecção por HR-HPV contribui sugestivamente para o estabelecimento de estratégias para acompanhamento da progressão ou remissão de lesões cervicais assim como proposta inicial para novos estudos mais direcionados quanto à importância e funções efetoras de tais células. Contudo, é necessário considerar a importância de mais estudos longitudinais para uma melhor compreensão da resposta imune a longo prazo assim como a ausência dos fatores de inclusão e exclusão na maioria dos estudos incluídos. Os resultados encontrados nos fornecem dados preliminares sugestivos da importância dos LT, Tregs e Macrófagos em futuras pesquisas haja vista a concordância entre os achados das populações celulares e sua relação ao HR-HPV e lesões cervicais.
              A CARGA DE DOENÇA POR SÍNDROME CONGÊNITA ASSOCIADA À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA (SCZ) NO BRASIL: USO DO INDICADOR ANOS DE VIDA AJUSTADOS PARA INCAPACIDADE (DISABILITY ADJUSTED LIFE YEARS – DALYS)
              Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
              Tipo Dissertação
              Data 08/03/2022
              Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
              Orientador(es)
              • Everton Falcao de Oliveira
              Coorientador(es)
                Orientando(s)
                • Bruna Luiza de Amorim Vilharba
                Banca
                • Adriane Pires Batiston
                • Alessandra Gutierrez de Oliveira
                • Everton Falcao de Oliveira
                • Márcio José de Medeiros
                Resumo O Zika vírus (ZIKV) adquiriu importância em saúde pública no Brasil anos de 2015-2016, quando causou uma epidemia na América Latina. Durante o período da epidemia notou-se o aumento de casos de microcefalia em recém-nascidos de mães infectadas pelo ZIKV durante a gestação. A partir do aumento desses casos e a forte sugestão de associação com a infecção intrauterina pelo ZIKV, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiram a síndrome congênita associada ao Zika (SCZ) como um conjunto de anomalias congênitas observadas em crianças nascidas de mães com histórico de febre do Zika gestacional, que tem a microcefalia como sinal clínico de maior prevalência. Para descrever o impacto da SCZ no Brasil, o presente estudo teve como objetivo estimar a carga da doença devido a síndrome congênita associada ao ZIKV no Brasil por meio do indicador DALY (do inglês, disability adjusted life years) e de outras medidas de frequência, como incidência, prevalência e mortalidade durante os anos de 2015 a 2020. A associação destes indicadores com variáveis socioeconômicas também foi avaliada por meio do coeficiente de correlação de Spearman. Dados secundários extraídos do DATASUS e fornecidos pelo Núcleo de Governança de Dados do Ministérios da Saúde foram utilizados no estudo. A carga da doença foi expressa por meio de DALY. De 2015 a 2020 foram confirmados 3.591 casos de SCZ no Brasil, com incidência de 44,03 casos por 1.000 nascidos vivos e prevalência de 82,14 casos por 1.000 nascidos vivos. Durante o período do estudo, a mortalidade específica por SCZ foi de 12,35 óbitos por 1.000 nascido vivos. Foi estimada uma perda de 30.027,44 DALYs no período de 2015 a 2020. A região Nordeste apresentou os maiores valores para todos os indicadores. A correlação entre os indicadores de saúde e indicadores socioeconômicos sugeriram que há uma correlação significativa entre renda per capita, coeficiente de Gini, taxa de analfabetismo e instalação sanitária por fossa séptica. O estudo nos permitiu ter acesso a todos os casos de SCZ já notificados nos mostrando a possível situação da doença no Brasil e consideramos que nossos resultados podem auxiliar na compreensão de estudos futuros.


                Palavras-chave: Síndrome Congênita do Zika vírus. Zika vírus. Epidemiologia. Indicadores de saúde.
                IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR E PERFIL DE SUSCETIBILIDADE A ANTIFÚNGICOS DE ASPERGILLUS OBTIDOS DE SOLOS, EXPOSTOS E ISENTOS DE AZÓLICOS, NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
                Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                Tipo Dissertação
                Data 04/03/2022
                Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                Orientador(es)
                • Marcia de Souza Carvalho Melhem
                Coorientador(es)
                  Orientando(s)
                  • Francine de Sales Dorneles
                  Banca
                  • Anamaria Mello Miranda Paniago
                  • Cibele Aparecida Tararam
                  • Juliana Possatto Fernandes Takahashi
                  • Marcia de Souza Carvalho Melhem
                  Resumo A ocorrência de falha terapêutica com fármacos da classe dos azóis, em
                  pacientes com aspergilose invasiva, é um desafio na prática médica. Fatores
                  predisponentes do hospedeiro e resistência antifúngica da cepa infectante são
                  atores importantes nesse cenário. A resistência em Aspergillus, fungo ubíquo na
                  natureza, é atribuída às duas vias de exposição: clínica, por tratamentos longos,
                  ou ambiental, por contato prévio com fungicidas triazólicos utilizados na
                  agricultura para controle de fungos fitopatógenos. Mutações idênticas,
                  responsáveis pela resistência a azóis, ocorrem em cepas ambientais e clínicas,
                  reforçando uma hipótese: resistência cruzada entre fármacos e agrotóxicos
                  triazólicos. O estudo, descritivo e prospectivo, investigou frequência de
                  resistência a triazólicos, em espécies ambientais de Aspergillus no estado de
                  Mato Grosso do Sul e correlação entre exposição ambiental a fungicidas.
                  Lavouras (n=9), caracterizando o ambiente pulverizado, e agroflorestas (n=3),
                  representando o ambiente isento de pulverização, localizadas em sete
                  municípios do estado. Amostras de solo (n=61) foram processadas e semeadas
                  em meio DRBC e proporcionaram isolamento de 131 colônias de Aspergillus,
                  classificadas por análise morfologia, em quatro seções, Fumigati (50%), Nigri
                  (18%), Terrei (16%) e Flavi (16%). A identificação de espécie por
                  sequenciamento do gene benA foi realizada em 68 isolados, proporcionando a
                  verificação de 10 espécies: A. fumigatus (50%), A. terreus (10%), A. niger (10%),
                  A. flavus (9%), A. alabamensis (6%), A. tubingensis (4%), A. tamarii (3%), A.
                  caelatus (2%), A. parasiticus (3%) e A.brasiliensis (3%). Asensibilidade dos
                  isolados a 3 fármacos, itraconazol (ITC), voriconazol (VCZ), posaconazol (POS)
                  e a 2 fungicidas triazólicos, tebuconazol (TEB) e difenoconazol (DIF) foi
                  determinada pelo valor de MIC, segundo procedimentos e pontos de corte,
                  epidemiológico e clínico, do comitê EUCAST. Isolados resistentes, ou não
                  selvagens (NWT), a azóis foram encontrados em alta frequência (92,6%) e em
                  todas as espécies, com destaque para multirresistência a ITC, VCZ e POS em
                  três isolados de A. fumigatus. Solo de lavouras teve origem de maior resistência
                  (37%), em relação ao de agroflorestas (29%). A. fumigatus resistente a azóis
                  foram recuperados com maior frequência de lavouras, em relação às
                  agroflorestas. A existência da rota da resistência ambiental nos agentes de
                  ASPECTOS CLÍNICOS E IMUNOLÓGICOS DE PACIENTES ASSINTOMÁTICOS OU COM FORMA LEVE DE COVID-19 QUE APRESENTARAM SINTOMAS PROLONGADOS
                  Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                  Tipo Dissertação
                  Data 04/03/2022
                  Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                  Orientador(es)
                  • James Venturini
                  Coorientador(es)
                    Orientando(s)
                    • Wellyngton Matheus de Souza Santiago
                    Banca
                    • Ana Paula da Costa Marques
                    • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
                    • James Venturini
                    • Marco Antonio Moreira Puga
                    • Ricardo de Souza Cavalcante
                    Resumo A Covid-19 é uma infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, cujos pacientes infectados podem apresentar manifestações respiratórias e sistêmicas variadas. A evolução para a forma mais grave está associada a um processo inflamatório exacerbado, conhecido como “tempestade de citocina”. Apesar da maioria dos pacientes apresentar formas leves da doença, os sintomas prolongados têm sido observados, incluindo fraqueza, mialgia, cefaleia e alterações de paladar e olfato. Nesse contexto, a literatura dispõe de poucos dados sobre a resposta inflamatória desses pacientes. Visando compreender melhor os mecanismos inflamatórios envolvidos na ausência e persistência desses sintomas, o presente estudo de coorte prospectiva determinou o perfil de citocinas inflamatórias séricas em uma coorte de pacientes com teste molecular positivo para SARS-CoV-2 assintomáticos ou com a forma leve de Covid-19. Os pacientes incluídos realizaram quatro visitas, sendo a primeira (V1) em ambiente domiciliar (até 10 dias de sintomas) e as demais com 30 (V2), 60 (V3) e 120 (V4) dias do início dos sintomas no ambulatório do Hospital Dia “Professora Esterina Corsini” (HUMAP/UFMS. Durante as visitas ambulatoriais os pacientes foram submetidos a coleta de dados clínicos e demográficos, avaliação clínica, coleta de sangue periférico para realização de exames complementares laboratoriais e quantificação dos mediadores inflamatórios IL-6, IL-10, IL-12, IL-1β, TNF-α, GM-CSF e G-CSF utilizando kits de alta sensibilidade. Todos os pacientes foram também encaminhados para realização de exames de espirometria e tomografia computadorizada de tórax. Os resultados encontrados revelaram que 59,7% dos pacientes apresentaram sintomas prolongados após 30 dias, 53,3%% após 60 dias e 56% após 120 dias. Os principais sintomas prolongados foram: tosse (V1=28%; V2=16%; V3=9%; V4=13%), cefaleia (V1=25%; V2=19%; V3=9%; V4=25%), anosmia (V1=19%; V2=16%; V3=6%; V4=13%) e adinamia (V1=13%; V2=34%; V3=28%; V4=16%). Não foram observadas alterações significativas na função pulmonar. Os achados tomográficos de tórax relevaram lesões compatíveis com Covid-19 em 50% dos pacientes aos 30 dias e apenas 4% aos 120 dias. Os pacientes avaliados apresentaram níveis séricos de IL-6 mais elevados comparado ao grupo controle, cujas concentrações estiveram associadas ao índice de massa corpórea acima de 25. Assim, a presença de sintomas pós-Covid-19 em indivíduos que apresentaram a forma leve está associada a presença de inflamação do tipo low-grade, possivelmente relacionada ao sobrepeso.
                    Adesão à terapia antirretroviral em pessoas vivendo com HIV que são atendidas pela Rede de Atenção Psicossocial de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 2014-2018
                    Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                    Tipo Dissertação
                    Data 16/12/2021
                    Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                    Orientador(es)
                    • Everton Falcao de Oliveira
                    Coorientador(es)
                      Orientando(s)
                      • Priscilla Arashiro
                      Banca
                      • Anamaria Mello Miranda Paniago
                      • Anderson Ravy Stolf
                      • Claudia Du Bocage Santos Pinto
                      • Everton Falcao de Oliveira
                      Resumo A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) continua sendo um grande problema
                      de saúde pública no Brasil. O atual protocolo clínico de tratamento brasileiro recomenda o
                      início da terapia antirretroviral (TARV) a todos os adultos com sorologia positiva para o HIV,
                      mesmo sem comprometimento imunológico. Atualmente, no contexto HIV/aids, um dos
                      maiores desafios diz respeito à adesão da TARV. O consumo de álcool e outras drogas em
                      pessoas vivendo com HIV (PVHIV) têm sido associados à diminuição da adesão ou
                      descontinuidade da TARV. O indivíduo com transtornos mentais apresenta um risco aumentado
                      de exposição em relação às infecções sexualmente transmissíveis. São poucos os estudos que
                      aproximam saúde mental e adesão à TARV no Brasil. Outro aspecto complicador são que os
                      serviços de assistências a esses indivíduos que trabalham dissociados. Deste modo, este estudo
                      avaliou a adesão à terapia antirretroviral em PVHIV atendidas na CAPS e/ou eCR, no período
                      de janeiro de 2014 a dezembro de 2018. Os objetivos constituem em descrever o perfil clínicoepidemiológico de PVHIV com transtornos mentais moderados ou graves, descrever os
                      esquemas terapêuticos e a adesão à TARV e identificar as variáveis associadas de má adesão à
                      TARV. Fundamentado em dados primários (aplicação de questionário) e secundários
                      (prontuários, sistemas de informações). A proporção de PVHIV com transtornos mentais
                      moderados ou graves, vinculadas aos pontos de atenção da RAPS, no período de estudo foi de
                      8,8 casos a cada 1000 PVHIV. O perfil epidemiológico predominante foi do sexo masculino,
                      brancos ou pardos, heterossexuais, com o ensino fundamental incompleto. Foram encontradas
                      percentuais de 40,2% de coinfecções; 44,4% indicação do uso de drogas; 35,5% de ideações ou
                      pensamentos suicidas. Em 1º lugar transtornos relacionados a abuso de substâncias e álcool,
                      em 2º transtornos depressivos e 3º lugar transtornos ansiosos. Evidenciou-se baixa adesão à
                      TARV em PVHIV com transtornos mentais. A falha terapêutica imunológica apresentou
                      associação com os transtornos mentais, com a presença de coinfecções no período. Os
                      resultados identificaram variáveis associadas à má adesão à TARV, como pessoas em situação
                      de rua, ao uso abusivo de álcool e de drogas ilícitas, acompanhamentos irregulares nos serviços
                      de saúde mental e infectologia. Os achados são importantes para auxiliar o trabalho das equipes
                      de saúde e poderão subsidiar a proposição de melhorias das linhas de cuidado aperfeiçoando
                      uma rede integrada para melhoria da saúde desse público atendido nessas regiões, além de gerar
                      conhecimentos para o fortalecimento das políticas de cuidado no âmbito do SUS.
                      Palavras-chave: saúde mental, transtornos mentais, terapia antirretroviral, adesão.
                      INVESTIGAÇÃO DA PRESENÇA DE Bartonella spp. EM DOADORES DE SANGUE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
                      Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                      Tipo Dissertação
                      Data 30/09/2021
                      Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                      Orientador(es)
                      • Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho
                      Coorientador(es)
                        Orientando(s)
                        • Valter dos Santos Cuenca
                        Banca
                        • Alexsandra Rodrigues de Mendonça Favacho
                        • Ana Lucia Oliveira
                        • Glaucia Elisete Barbosa Marcon
                        • Silvia Naomi de Oliveira Uehara
                        Resumo Bartonella spp. são proteobactérias Gram-negativas fastidiosas de isolamento difícil que infectam eritrócitos e células endoteliais, e podem causar infecções assintomáticas à morbidade grave, inclusive condições potencialmente fatais em humanos. A transmissão acidental ao homem ocorre por inoculação da bactéria após contato traumático, mordedura ou arranhões de animais infectados, ou por vetores artrópodes hematófagos (flebotomíneos, pulgas, piolhos, moscas picadoras, carrapatos, e potencialmente os triatomíneos). Este estudo analisou a prevalência de Bartonella spp. em doadores de sangue do Hemocentro de Referência do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Trata-se de um estudo transversal com dados primários. Foi coletado sangue periférico por amostragem de conveniência de doadores, no ano de 2018. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP) do HEMORIO (Nº 409/16) e um questionário epidemiológico foi entregue aos doadores participantes. As amostras de soro foram analisadas para a presença de anticorpos IgG contra Bartonella henselae, utilizando o kit Bartonella henselae IFA IgG por reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI). Das 501 amostras de doadores de sangue, 12% (60/501) apresentaram anticorpos IgG anti-B. henselae, com cut-off igual ou superior a 64. Segundo análise socioepidemiológica entre os doadores sororreagentes, 18 (30%) eram do sexo feminino e 42 (70%) do sexo masculino; idade entre 18 e 65 anos (média de idade foi de 37,55 anos), todos residentes da região metropolitana do estado Rio de Janeiro, sendo a maioria do município do Rio de Janeiro (41/68,3%) e o contato com animais e vetores foi relatado, mas não houve variáveis significativas (p≤ 0.05) pelos testes Qui-quadrado ou exato de Fisher, quando avaliados: gênero, cor/raça, exposição com vetores, contato com animais e faixa etária. Pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional foram utilizados 3 iniciadores específicos direcionados aos genes da proteína citrato sintase (gltA), da proteína de choque térmico (htrA) e da subunidade beta da RNA polimerase (rpoB). A presença de DNA de Bartonella na corrente sanguínea foi detectada em 0,2% (01/501) dos doadores para o gene gltA. A sequência obtida apresentou 100% de semelhança a Bartonella henselae. Os resultados deste estudo indicam evidência sorológica significativa de Bartonella henselae em doadores de sangue no estado do Rio de Janeiro e faz-se necessário a adição da Bartonella spp. na lista de agentes de transmissão transfusional na triagem de rotina em doadores de sangue.
                        INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE B EM IMIGRANTES JAPONESES E SEUS DESCENDENTES
                        Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                        Tipo Dissertação
                        Data 30/09/2021
                        Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                        Orientador(es)
                        • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
                        Coorientador(es)
                        • MICHELE SOARES GOMES GOUVEA
                        Orientando(s)
                        • Luiz Henrique Ferraz Demarchi
                        Banca
                        • Ana Rita Coimbra Motta de Castro
                        • Bárbara Vieira do Lago
                        • Crhistinne Cavalheiro Maymone Goncalves
                        • Grazielli Rocha de Rezende
                        Resumo A hepatite B constitui um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. O presente estudo teve como objetivos: estimar a prevalência da infecção causada pelo vírus da hepatite B (HBV) e os fatores preditores associados à essa infecção entre imigrantes japoneses e seus descendentes residentes em São Paulo - SP, verificar a situação de imunização contra hepatite B e a ocorrência de hepatite B oculta e de coinfecção pelos vírus HTLV e das hepatites C e Delta, bem como identificar os genótipos/subgenótipos do HBV circulantes nessa população. O presente estudo, transversal com abordagem quantitativa, utilizou banco de dados e banco de amostras biológicas de estudos anteriores que foram conduzidos em São Paulo (SP – região Sudeste) no período julho de 2017 e dezembro de 2018. Todas as amostras provenientes da população estudada em São Paulo (n=2.127) foram submetidas à detecção de marcadores sorológicos da infecção pelo HBV (HBsAg, anti-HBc total e anti-HBs) utilizando eletroquimioluminescência (ECLIA). Todas as amostras HBsAg positivas foram submetidas à pesquisa de HBeAg/anti-HBe, anti-HBc IgM, anti-HCV, anti-HDV total e anti-HTLV. Todas as amostras HBsAg e/ou anti-HBc total positivas foram submetidas ao teste de detecção de DNA do HBV por PCR em tempo real (qPCR) e as amostras com carga viral detectável foram genotipadas por sequenciamento utilizando a metodologia de Sanger. As análises de 2.127 amostras provenientes da população estudada demonstram que a maioria da população era do sexo feminino (59,8%), descendente de Okinawa (87,54%), com idade variando de 6 a 92 anos (mediana de 56 anos). A taxa de prevalência de exposição ao HBV foi de 13,4% (IC 95%: 11,9%-14,9%) e 22 (1.1%) participantes foram positivos para HBsAg. Uma elevada taxa de suscetibilidade à infecção pelo HBV (ausência de marcador de infecção e de resposta vacinal) foi encontrada (67,4%; IC 95%: 65,4% - 69,4%). Em contrapartida, apenas 19,2% (IC 95%: 17,6% - 20,9%) apresentaram perfil sorológico semelhante à resposta vacinal contra o HBV. Entre as amostras positivas para HBsAg (n=22), 68,2% foram reativas para o anti-HBeAg (15/22) e nenhuma apresentou positividade para o HBeAg nem para o anti-HBc IgM. Dos 22 indivíduos positivos para o HBsAg, 8 foram genotipados, sendo o subgenótipo B1 o mais frequente (62,5%), seguido dos subgenótipos C2 (12,5%), F1b (12,5%) e A1 (12,5%). Apesar da baixa taxa de prevalência de infecção ativa pelo HBV observada no grupo populacional estudado, a elevada taxa de suscetibilidade à infecção pelo HBV somada ao baixo índice de positividade para o marcador sorológico de imunidade vacinal ressalta que estratégias de vacinação contra hepatite B e medidas educacionais para o controle desta infecção devem ser consideradas neste grupo populacional.

                        Palavras-chave: Hepatite B, Epidemiologia, Soroprevalência, Genótipo
                        ATIVIDADE ANTIMICROBIANA, ANTIOXIDANTE E PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DOS EXTRATOS DE EQUISETUM PYRAMIDALE, POUTERIA RAMIFLORA, POROPHYLLUM RUDERALE, TAPIRIRA OBTUSA E SMILAX FLUMINENSIS.
                        Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                        Tipo Dissertação
                        Data 21/09/2021
                        Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                        Orientador(es)
                        • Marilene Rodrigues Chang
                        Coorientador(es)
                          Orientando(s)
                          • Daniele Cristina Vitorelli Venancio
                          Banca
                          • Adriana Araújo de Almeida Apolonio
                          • James Venturini
                          • Kelly Mari Pires de Oliveira
                          • Marilene Rodrigues Chang
                          Resumo As doenças infecciosas, por décadas, têm sido um dos problemas de saúde pública mais relevantes. A resistência antimicrobiana é uma séria ameaça à eficácia do tratamento e responsável por altos índices de morbimortalidade. Existem bactérias resistentes a todas as classes de antimicrobianos disponíveis e o número de resistência aos antifúngicos também está em ascensão. Entretanto, a produção de novos fármacos pela indústria farmacêutica não ocorre na mesma velocidade. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antimicrobiana e antioxidante, bem como a composição fitoquímica dos extratos de Equisetum pyramidale, Pouteria ramiflora, Porophyllum ruderale, Tapirira obtusa e Smilax fluminensis. Extratos etanólicos das folhas e/ou partes aéreas de cada material botânico foram preparados. As classes de metabólitos secundários foram determinadas a partir de um screening fitoquímico. Os teores de compostos fenólicos e flavonoides foram obtidos por UV-visível. Para determinar a atividade antimicrobiana dos extratos dessas plantas foram realizados testes de susceptibilidade pelo método de difusão em disco e microdiluição em caldo frente a isolados clínicos multidrogas resistentes de Staphylococcus aureus e Klebsiella pneumoniae e frente a cepas ATCC de Candida spp. Dos extratos que inibiram crescimento microbiano foram determinadas a concentração bactericida mínima e concentração fungicida mínima. A atividade antioxidante total dos extratos foi determinada pelo método de sequestro de radicais livres DPPH (2,2 difenil-1-picrilhidrazil). A análise fitoquímica demonstrou a presença de algumas classes de metabólitos secundários em comum: compostos fenólicos, flavonoides, esteroides, taninos e saponinas. Os teores de compostos fenólicos e flavonoides foram significativos, sendo superiores na S. fluminensis (CF= 230,34 ± 1,20 mg/g (mg Catequina/g extrato) e Flav.= 155,77 ± 0,99 (Quercetina/g extrato)), seguido da E. pyramidale (CF= 205,4 ± 0,70 mg/g (mg Catequina/g extrato) e Flav.= 150,9 ± 0,25 mg/g mg (Quercetina/g extrato)). O extrato de S. fluminensis apresentou atividade fungicida sobre C. glabrata (ATCC 2001) (CIM=500 μg/mL). Atividade bactericida sobre MRSA (CIM=1000 μg/mL) foi demonstrada pelo extrato de T. obtusa. Todos os extratos vegetais testados apresentaram atividade antioxidante acima de 50% de sequestro do radical livre DPPH, sendo que os mais significativos foram T. obtusa (82,36 ± 0,44 %) e S. fluminensis (69,89 ± 1,06). O extrato de S. fluminensis mostrou propriedades antifúngicas e antioxidantes promissoras. Tapirira obtusa demonstrou atividade antibacteriana sobre um patógeno resistente e pode ser considerada para novas pesquisas, além de representar um antioxidante natural em potencial. Porophyllum ruderale, E. pyramidale, e P. ramiflora possuem potencial antioxidante.

                          Palavras-chave: plantas medicinais; atividade antimicrobiana; Klebsiella pneumoniae; Staphylococcus aureus; Candida.
                          SÍFILIS CONGÊNITA EM CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL: CARACTERIZAÇÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA E DESCRIÇÃO DA CONDUTA HOSPITALAR PÓS-NASCIMENTO DOS CASOS CONFIRMADOS
                          Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                          Tipo Dissertação
                          Data 11/08/2021
                          Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                          Orientador(es)
                          • Everton Falcao de Oliveira
                          Coorientador(es)
                            Orientando(s)
                            • Cássia de Paula Pires
                            Banca
                            • Ana Lucia Lyrio de Oliveira
                            • Ana Paula Sayuri Sato
                            • Everton Falcao de Oliveira
                            • Maria Elizabeth Araujo Ajalla
                            Resumo Introdução: A sífilis é uma doença infectocontagiosa sexualmente transmissível registrada pela primeira vez há quase 500 anos com incidência crescente nos últimos anos. A sífilis é majoritariamente transmitida por via sexual desprotegida, mas também pode ser transmitida por via vertical, ou seja, da placenta para o concepto durante a gestação, quando a gestante infectada não realizar o tratamento ou tratar inadequadamente. A assistência pré-natal quando realizada de forma inadequada é um dos maiores fatores para a alta taxa de incidência de sífilis congênita. Apesar de muito se falar sobre a sífilis congênita, poucos estudos abordam o seguimento pós-parto imediato e até os 18 meses de vida da criança, sendo este período de extrema importância para o controle da doença e suas complicações. Objetivo: Descrever características clínicas e epidemiológicas de gestantes e recém-nascidos expostos ao T. pallidum e a assistência hospitalar a estes recém-nascidos no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no período de 2013 a 2018. Material e método: Trata-se de estudo descritivo transversal, fundamentado em dados secundários das notificações de sífilis gestacional e congênita reportadas ao SINAN e da revisão de prontuários dos casos de sífilis congênita de 4 hospitais de Campo Grande/MS. As associações entre a presença de sinais e sintomas sugestivos de sífilis congênita (desfecho) e caraterísticas clínico-obstétricas e epidemiológicas das gestantes (variáveis explicativas ou covariáveis) foram avaliadas pelo teste qui-quadrado ou pelo teste exato de Fisher, quando aplicável. O odds ratio também foi utilizado como medida de associação e o relacionamento entre o desfecho e as variáveis explicativas foi avaliado por meio de um modelo de regressão logística. Resultados: Entre 2013 a 2018, foram notificadas no SINAN 2458 casos de sífilis gestacional e 672 crianças com sífilis congênita. Em relação a sífilis gestacional, o ano de 2018 apresentou a maior incidência, com 44,4 casos por 1000 nascidos vivos, majoritamente mulheres jovens, pardas e com baixa escolaridade. Em relação a sífilis congênita, 2017 apresentou a maior incidência, com 10,8 casos por 1000 nascidos vivos. As covariáveis etilismo, pré-natal, número de consultas de pré-natal, esquema de tratamento materno e momento do diagnóstico materno apresentaram associação com o desfecho com p-valor menor ou igual à 0,20 e foram incluídas no modelo de regressão. Destas, somente o número de consultas de pré-natal permaneceu no modelo final como variável explicativa, o que sugere o possível efeito protetor desta variável sobre a ocorrência de sinais e sintomas relacionados à sífilis congênita. A conduta hospitalar foi considerada inadequada em 62,3% dos casos, especialmente devido a exames de triagem neonatal não realizados, como raio-X de ossos longos, punção lombar e hemograma, além de protocolo de tratamento com a penilicina inadequada à clínica apresentada. Conclusão: Tais achados são de extrema importância para conhecer o perfil e motivos para descontinuidade do tratamento, a fim de estabelecer estratégias que incentivem a formação de vínculos entre os níveis de atenção a saúde e família/equipe de saúde. Visto que a maioria dos recém-nascidos não foi conduzida adequadamente, recomenda-se maior vigor aos critérios de tratamento e conduta recomendados pelas autoridades de saúde.
                            INFECÇÃO POR Leishmania spp. EM CÃES DOMICILIADOS DO MUNICÍPIO DE SIDROLÂNDIA, MATO GROSSO DO SUL: UM ESTUDO TRANSVERSAL
                            Curso Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias
                            Tipo Dissertação
                            Data 23/04/2021
                            Área DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
                            Orientador(es)
                            • Eduardo de Castro Ferreira
                            Coorientador(es)
                              Orientando(s)
                              • Luiz Felipe Finkler Fiuza
                              Banca
                              • Adriana de Oliveira Franca
                              • Eduardo de Castro Ferreira
                              • Glaucia Elisete Barbosa Marcon
                              • João Gabriel Guimarães Luz
                              Resumo A leishmaniose representa um grave problema de saúde pública no Brasil. A leishmaniose canina é uma infecção causada por Protozoários do gênero Leishmania. O cão é considerado o reservatório doméstico da doença e a transmissão ocorre por meio da picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas. O propósito deste trabalho foi realizar o primeiro levantamento epidemiológico para a infecção por Leishmania spp. em cães do município de Sidrolândia, Mato Grosso do Sul. Em 2019 Foram coletadas amostras de sangue total, punção de linfonodo poplíteo e secreção conjuntival ocular, em 250 cães da cidade de Sidrolândia. As amostras foram submetidas a testes sorológicos de ELISA e TR-DPP®, testes parasitológicos com a punção de linfonodo poplíteo e secreção conjuntival e testes moleculares com a PCR convencional com a amostras de sangue total e secreção conjuntival. Os resultados obtidos demonstram uma prevalência de 19,2% (n=48/250) de cães positivos em pelo menos um teste, com índice de confiança de 99%. A comparação entre os testes realizados, pelo método de Kappa, demonstrou significância entre os testes de ELISA, TR-DPP, PCRs e parasitológicos, quando comparados em pares. O geoprocessamento das amostras positivas demonstrou uma prevalência de casos positivos provindos da periferia da cidade. Os resultados obtidos nesta pesquisa são suficientes para sugerir que a cidade de Sidrolândia é uma área endêmica e até mesmo faça parte dos ciclos de transmissão de Leishmania spp.

                              Palavras-chave: Leishmaniose Visceral Canina; ELISA; TR-DPP; PCR.
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