Mestrado em Ecologia e Conservação

Atenção! O edital referente ao processo seletivo e arquivos pertinentes ao curso estão disponíveis no site do curso.
Os resultados dos processos seletivos serão divulgados no site do curso.

Trabalhos

Trabalhos Disponíveis

TRABALHO Ações
Inferindo relações sociais de onças-pintadas (Panthera onca) durante o consumo de carcaças no Pantanal-MS
Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
Tipo Dissertação
Data 31/03/2025
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
Coorientador(es)
  • Aline da Silva Giroux
  • Fernando Rodrigo Tortato
Orientando(s)
  • Mariana Branco Ribeiro
Banca
  • Andre dos Santos Souza
  • Grasiela Edith de Oliveira Porfirio Petry
  • Henrique Villas Bôas Concone
  • Ronaldo Gonçalves Morato
  • Suellen da Silva Santos
Resumo A onça-pintada (Panthera onca) é tradicionalmente considerada um carnívoro solitário, apresenta interações sociais complexas, especialmente no contexto do compartilhamento de alimentos. Investigamos como a massa média da presa, o sexo dos indivíduos e o grau de parentesco entre eles influenciam as formas de consumo das carcaças (solo, síncrono e assíncrono). Entre 2012 e 2022, foram monitoradas 1097 carcaças na Caiman Pantanal, Miranda, Mato Grosso do Sul, Brasil, e foram identificadas 152 onças-pintadas por meio de armadilhas fotográficas e observações diretas. Embora o consumo solo tenha sido o mais frequente (49,4%), observamos que, a cada acréscimo de 100kg na massa média da presa, o número de indivíduos envolvidos no consumo aumentou em 11% e a probabilidade de consumo síncrono, em comparação ao assíncrono, aumentou 24%. Fêmeas formaram a maior parte das díades de consumo síncrono (90,8%), sendo o único grupo com influência estatisticamente significativa. Além disso, o aumento no grau de parentesco entre as onças-pintadas esteve associado a uma maior probabilidade de consumo síncrono. Esses resultados sugerem que a disponibilidade de alimento e a presença de fêmeas aparentadas favorecem a formação de agrupamentos rudimentares durante o consumo da carcaça, o que contribui no comportamento social e desenvolvimento de um sistema social matrilinear.
Relationships between Sacred Natural Sites, Ecological Corridors, andPriority Resilience Climate Change Areas in the Upper Paraguay RiverBasin
Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
Tipo Dissertação
Data 31/03/2025
Área ECOLOGIA
Orientador(es)
  • Fabio de Oliveira Roque
Coorientador(es)
    Orientando(s)
    • KAREN ARINE ALMEIDA DE SOUZA
    Banca
    • Henrique Fernandes de Magalhaes
    • Maria Helena da Silva Andrade
    • Silvio Mancini
    Resumo Esta dissertação destaca o papel crítico dos Sítios Naturais Sagrados (SNS), definidos por Wild & McLeod (2008) como "áreas de terra ou água com significado espiritual especial para pessoas e comunidades", como ferramentas complementares para a conservação da biodiversidade.Com a meta global de proteger 30% das áreas terrestres e aquáticas até 2030, estabelecida pelo Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, os SNS são propostos como medidas eficazes a serem incluídas no Target 3, como Outras Medidas de Conservação Baseadas em Áreas (OECMs). No entanto, para que isso seja alcançado, é necessário reavaliar, em nível nacional, o conceito de biodiversidade utilizado nos processos de tomada de decisão para a criação de áreas protegidas, que deve incorporar perspectivas culturais e espirituais, bem como o conhecimento tradicional de povos indígenas e comunidades locais, cujas práticas estão profundamente ligadas à conservação desses sítios sagrados.
    O estudo também investiga as relações espaciais dos SNS no Pantanal e no planalto da Bacia do Alto Paraguai (BAP), com foco em parâmetros-chave para a conservação da biodiversidade, como Corredores Ecológicos, que é o resultado da pesquisa realizada
    por Da Rosa Oliveira (2024) e Áreas Prioriárias Resilientes às Mudanças Climáticas, que foramdelimitadas pela pesquisa da The Nature Conservancy (2024).
    Os resultados revelam que os SNS estão significativamente associados aos Corredores Ecológicos, destacando sua importância na manutenção da conectividade ecológica e no suporte ao movimento das espécies. No entanto, a sobreposição entre os SNS e as Áreas Prioritárias de Resiliência Climática não foi estatisticamente significativa, possivelmente devido a critérios de seleção distintos e às características únicas dos ecossistemas de áreas úmidas. Apesar disso, os achados reforçam o papel essencial dos SNS na preservação da biodiversidade e do patrimônio cultural, especialmente em regiões de alta diversidade biológica e cultural, como o Pantanal. Ao integrar os SNS nas estratégias de conservação, essas áreas são uma abordagem complementar para alcançar as metas globais de biodiversidade e garantir a resiliência de ecossistemas e comunidades tradicionais.
    Eficácia do padrão de coloração Preto-Laranja-Preto como estratégia aposemática em formigas-feiticeiras (Hymenoptera: Mutillidae)
    Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
    Tipo Dissertação
    Data 28/02/2025
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Gustavo Graciolli
    Coorientador(es)
    • Rodrigo Aranda
    Orientando(s)
    • Alan do Nascimento Leite
    Banca
    • Rhainer Guillermo Nascimento Ferreira
    Resumo Algumas espécies de Mutillidae exibem um padrão de coloração característico comum em micro-himenópteros, denominado Preto-Laranja-Preto (BOB, do inglês “Black-Orange-Black”). O padrão BOB observado nos mutilídeos está correlacionado com o tamanho do corpo, sendo mais comum em espécies de menor tamanho. É especulado que os indivíduos menores possuam um tegumento menos resistente, tornando-os mais vulneráveis a ataques predatórios. Portanto, essas espécies poderiam se beneficiar significativamente de um sinal que reduzisse as chances de serem alvos de predadores. O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia da coloração BOB como estratégia antipredatória via aposematismo em fêmeas de Mutillidae. Foram realizados testes de alimentação com 31 aranhas sendo: papa-moscas Plexippus paykulli (10), aranhas-lobo (10) e Nothroctenus sp. (11). Cada aranha foi submetida a dois testes com a vespa com padrão BOB, onde foram registrados os dados: I – se houve investida (sim/não), II – tempo para a primeira investida na presa (s), III – número de investidas (n), e IV – se houve sucesso na predação (sim/não). Após cada um dos testes era oferecido um inseto típico da alimentação das aranhas para verificar se havia predação. Nenhuma aranha conseguiu consumir a vespa oferecida, possivelmente por não conseguirem perfurar o exoesqueleto. As aranhas-lobo evitaram as vespas com padrão BOB, indicando uma possível adaptação inata ou aprendizado prévio. Não houve diferença significativa no tempo para primeiro ataque entre encontros com a vespa, porém a quantidade de ataques entre encontros foi significativamente diferente para as P. paykulli. Os resultados trazem indícios de uma defesa aposemática eficaz contra os predadores invertebrados testados. Pesquisas adicionais com outros predadores e em outros contextos serão essenciais para entender mais a fundo o padrão de coloração BOB em Mutillidae.
    Efeitos da fragmentação florestal sobre a estrutura trófica de morcegos filostomídeos na região da Serra da Bodoquena
    Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
    Tipo Dissertação
    Data 26/02/2025
    Área ECOLOGIA
    Orientador(es)
    • Erich Arnold Fischer
    Coorientador(es)
      Orientando(s)
      • Hellen Dias Lacerda
      Banca
      • Carolina Ferreira Santos
      • Fernando Henrique Martin Gonçalves
      • Josue Raizer
      • Maurício Silveira
      • Rafael Soares De Arruda
      Resumo A perda e fragmentação de florestas são processos simultâneos que impactam a biodiversidade em regiões tropicais. A resposta das comunidades de morcegos à fragmentação florestal é ainda pouco estudada no Cerrado brasileiro, e pode diferir entre espécies com diferentes hábitos alimentares, tamanho e locais de forrageamento. O objetivo deste trabalho foi avaliar como a perda e a fragmentação florestal influenciam as comunidades e a estrutura trófica de morcegos filostomídeos ao longo de 20 paisagens que constituem um gradiente de cobertura florestal na região da Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul. Especificamente avaliar efeitos da cobertura florestal, número de fragmentos, e comprimento de bordas, em três escalas espaciais (buffers de 500, 1000, e 2500 m de raio), sobre a biomassa, riqueza, dominância e diversidade de espécies e guildas tróficas. Foram registrados 2.646 indivíduos pertencentes a 24 espécies de filostomídeos e cinco guildas tróficas. A guilda de frugívoros foi dominante, seguida pelas guildas de animalívoros e nectarívoros. Filostomídeos insetívoros e onívoros foram relativamente raros. A riqueza de guildas das comunidades de morcegos da Serra da Bodoquena apresentou resposta positiva ao comprimento de borda florestal, e resposta negativa com respeito à cobertura florestal e ao número de fragmentos florestais. Entretanto, a biomassa, dominância e diversidade das comunidades não apresentaram resposta significativa às variáveis da paisagem. Os resultados indicam que o aumento de bordas devido à fragmentação florestal promove o aumento da riqueza de guildas de morcegos filostomídeos na Serra da Bodoquena. Paisagens com grande cobertura florestal ou, no outro extremo, com pouca cobertura e fragmentos pequenos, tendem a conter menor área de bordas, levando a um efeito negativo sobre a riqueza.

      Palavras chave: Riqueza de morcegos, cobertura florestal, números de fragmentos, borda florestal
      Efeitos de características das cavernas sobre a comunidade de morcegos cavernícolas no cárste da Bodoquena, Mato Grosso do Sul
      Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
      Tipo Dissertação
      Data 26/02/2025
      Área ECOLOGIA
      Orientador(es)
      • Erich Arnold Fischer
      Coorientador(es)
      • Livia Medeiros Cordeiro
      Orientando(s)
      • Aléxia Murgi Leonardo
      Banca
        Resumo Cavernas são parte importante dos ecossistemas terrestres por conterem comunidades biológicas ricas e peculiares, principalmente quando há aporte de matéria orgânica trazida por morcegos habitantes. Neste estudo, descrevo a fauna de morcegos cavernícolas na região cárstica da Serra da Bodoquena, assim como o efeito de características físicas das cavernas sobre a abundância, a riqueza e a composição de espécies de morcegos. Foram amostradas 17 cavernas que abrangeram a variação estrutural das cavernas da região. Capturamos os morcegos com redes de neblina dispostas nas entradas das cavernas, e medidas físicas das cavernas foram tomadas ou obtidas através de mapas disponíveis. Foram capturados 361 indivíduos de 15 espécies e quatro famílias. Cada caverna apresentou entre duas e oito espécies de morcegos (4,8 ± 1,79; média ± DP). Cavernas em altitudes mais baixas, contendo salões mais altos, e entradas mais estreitas e protegidas apresentaram mais indivíduos. A riqueza de espécies diminuiu com o aumento da largura da entrada, e a composição de espécies por caverna foi influenciada pela altitude, largura da entrada, altura máxima, exposição da entrada, e extensão da caverna. Os resultados sustentam grande diversidade de morcegos cavernícolas na Serra da Bodoquena, e a ocupação diferencial das cavernas pelas espécies de morcegos conforme características internas e externas. Os resultados aportam amplo conhecimento da fauna de morcegos cavernícolas da região, e podem contribuir para o planejamento de ações de conservação na Serra da Bodoquena.
        Fenologia e sazonalidade da condição corpórea de morcegos fitófagos no Pantanal
        Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
        Tipo Dissertação
        Data 24/02/2025
        Área ECOLOGIA
        Orientador(es)
        • Erich Arnold Fischer
        Coorientador(es)
          Orientando(s)
          • Vinicius Santos Pereira
          Banca
          • Alan Fredy Eriksson
          • BRUNO HENRIQUE DOS SANTOS FERREIRA
          • Carolina Ferreira Santos
          • Marlon Zortéa
          Resumo O Pantanal, uma vasta planície de sedimentação da América do Sul, abriga 66 espécies de morcegos, importantes na polinização e dispersão de sementes. O comportamento e a reprodução desses mamíferos são influenciados pela sazonalidade climática, o que reflete variações na disponibilidade de recursos. Este estudo tem como objetivo descrever a fenologia reprodutiva e a variação mensal da condição corpórea de morcegos frugívoros e nectarívoros, e avaliar a relação dessas variáveis com temperatura, pluviosidade e riqueza de frutos e flores. Utilizou-se um banco de dados com 4.867 capturas nas sub-regiões de Nhecolândia, Miranda e Aquidauana, ao longo de 10 anos, com registros de fenofases e medições da condição corpórea. Os resultados indicaram variações significativas no índice de condição corpórea (ICC) de acordo com as estações climáticas e a disponibilidade de recursos. Fêmeas grávidas e adultas apresentaram maior ICC na estação úmida, com maior disponibilidade de frutos e flores, enquanto os menores valores ocorreram na estação seca. Entre as espécies, Artibeus lituratus e Carollia perspicillata mostraram picos de ICC na estação úmida, enquanto Sturnira lilium apresentou correlação negativa entre a riqueza de frutos e o ICC. Entre os nectarívoros, Anoura caudifer teve uma relação positiva entre a riqueza de flores e ICC, e Glossophaga soricina com a pluviosidade. Espécies onívoras como Phyllostomus discolor e Phyllostomus hastatus não apresentaram efeitos significativos das variáveis ambientais. Esses resultados demonstram que a variação no ICC está fortemente associada à sazonalidade e à disponibilidade de recursos alimentares.
          Um estudo histórico sobre a malacofauna sul mato-grossense e as influências ambientais da área urbana de Campo Grande, MS, sobre a comunidade de moluscos terrestres e nematofauna associada.
          Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
          Tipo Dissertação
          Data 22/10/2024
          Área ECOLOGIA
          Orientador(es)
          • Luiz Eduardo Roland Tavares
          Coorientador(es)
          • SUZETE RODRIGUES GOMES
          Orientando(s)
          • Karina Leal de Oliveira
          Banca
            Resumo O arranjo espacial e a variação na quantidade de organismos, conhecidos como padrão de distribuição de espécies, são moldados por fatores como o clima, recursos, barreiras geográficas e interações entre espécies. O primeiro capítulo deste estudo abordou a distribuição de moluscos no estado do Mato Grosso do Sul, preenchendo uma lacuna de conhecimento desse grupo para o Estado. Com base em banco de dados de coleções científicas do Brasil e de outros países, apresentamos uma compilação inédita, que mapeia e organiza espécies de moluscos terrestres. Registramos uma concentração expressiva de moluscos em áreas úmidas como o Pantanal, incluindo espécies vetoras de doenças, como Biomphalaria e Pomacea, espécies aquáticas. Também documentamos o primeiro registro de Allopeas gracile e Gastrocopta pellucida no estado, caracois terrestres. Esses resultados são base para futuras pesquisas taxonômicas e ecológicas. O segundo estudo avaliou de que forma fatores climatológicos e características do solo afetam as comunidades de moluscos e nematodas em áreas urbanas de Campo Grande, MS. A rápida urbanização é reconhecida como uma fonte de transformações nos ecossistemas, destacando a urgência de estratégias eficazes de conservação. Descobertas recentes indicam associações e interações especializadas entre espécies de moluscos terrestres na área urbana, identificando habitats específicos para as populações. Foram identificadas 11 espécies com variações significativas em riqueza e abundância entre as áreas estudadas. Bulimulus corumbaensis, Sarasinula linguaeformis e Achatina fulica mostraram ampla distribuição. Áreas menos populosas favoreceram maior diversidade e ambientes distintos, enquanto regiões mais densamente povoadas apresentaram predominância de espécies invasoras, como A. fulica. A distribuição das espécies variou entre as áreas estudadas, com o Centro se destacando como um ponto focal de riqueza. A diversidade mostrou-se influenciada pelas estações, com baixas temperaturas e umidade elevando a mortalidade dos espécimes no inverno, e um retorno populacional a partir do outono, com pico no verão. O estudo também revelou uma alta prevalência de larvas de nematódeos, especialmente em lesmas da família Veronicellidae, destacando a adaptabilidade dessas espécies a ambientes urbanos e seu potencial para transmissão de patógenos.
            Relationships between the risk of emerging zoonotic diseases and the architecture of interactions between people, domestic animals and wildlife in the Pantanal
            Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
            Tipo Dissertação
            Data 02/10/2024
            Área ECOLOGIA
            Orientador(es)
            • Fabio de Oliveira Roque
            Coorientador(es)
              Orientando(s)
              • Giulia Armani Araujo
              Banca
              • Aiesca Oliveira Pellegrin
              • João Augusto Rossi Borges
              • Rudi Ricardo Laps
              Resumo Há um reconhecimento crescente dos riscos à saúde pública relacionados às interações humanas com animais selvagens e domésticos. Aproximadamente 70% das Doenças Zoonóticas Emergentes (DZE) e muitas pandemias recentes podem ser atribuídas ao aumento das interações entre humanos e animais. Fatores como dinâmicas sociais e papéis de gênero influenciam significativamente essas interações, afetando a epidemiologia das doenças infecciosas. A percepção dos riscos associados às DZE varia entre diferentes grupos sociais, sendo as populações socialmente vulneráveis as que enfrentam riscos aumentados devido a barreiras, como o acesso a serviços de saúde e educação. O papel das paisagens na dinâmica das doenças zoonóticas também é enfatizado. Mudanças no uso da terra causadas por atividades antropogênicas prejudicaram a biodiversidade e alteraram os padrões de interação entre humanos e animais. Estudos anteriores sugeriram que esse contexto poderia levar a um aumento na transmissão de patógenos e a uma maior frequência de interações. No entanto, as respostas nas redes de interação são vistas como dependentes do contexto, influenciadas por fatores socioeconômicos e práticas culturais. Acredita-se que esses fatores moldem as estruturas agrícolas e, subsequentemente, afetem a abundância das espécies e os riscos à saúde pública. Esta dissertação é composta por dois capítulos interconectados que investigam fatores socioeconômicos, de gênero e ambientais nas interações entre pessoas e animais no Pantanal. Um apêndice apresenta uma estrutura de avaliação de risco para doenças zoonóticas emergentes na área úmida do Pantanal, desenvolvida de forma colaborativa com pesquisadores.
              O primeiro capítulo examina a percepção de risco e as dinâmicas de gênero no Pantanal. Postula que, embora os homens tenham mais interações com animais (uma rede com maior riqueza de animais), eles possuem uma percepção de risco mais baixa; em contraste, as mulheres têm uma percepção de risco elevada vinculada a papéis de cuidadores. O estudo também antecipou uma correlação negativa entre percepção de risco e número de interação, esperando que comunidades ribeirinhas mostrassem mais interações devido à maior biodiversidade. Os resultados revelaram que os homens realmente interagiram mais com os animais do que as mulheres apresentando uma rede mais rica em composição, o mesmo aconteceu com as comunidades ribeirinhas em relação aos assentamentos. No entanto, os níveis de risco percebidos não variaram significativamente entre os gêneros ou grupos sociais. Observações feitas em campo ainda indicaram maior simetria no papel dos gêneros entre os moradores das comunidades ribeirinhas. O segundo capítulo investiga como os gradientes de vegetação nativa impactam as redes de interação entre humanos e animais em assentamentos agrários do pantanal. A hipótese sugeriu uma correlação positiva entre interações e a porcentagem de vegetação nativa. A análise da rede revelou que apenas uma pequena parte das interações poderia ser explicada pelo gradiente de vegetação nativa, e a rede apresentou assortatividade de grau, indicando que nós com graus semelhantes tendem a se conectar. Não houve uma relação significativa entre interações compartilhadas, vegetação nativa e distância entre propriedades. Embora as evidências não tenham apoiado fortemente a hipótese, fatores como conectividade funcional através de fragmentos de vegetação nativa foram sugeridos. O estudo enfatiza a necessidade de entender as interações entre humanos e animais no Pantanal para formulação de políticas públicas de saúde e conservação eficazes. Defende um modelo de conservação participativa que envolva as comunidades locais no processo de formulação de políticas, promovendo a coprodução de estratégias de saúde e conservação para melhorar a aceitação e a eficácia. A importância das métricas de rede na epidemiologia e conservação é destacada, juntamente com um apelo à colaboração brasileira com bancos de dados globais de zoonoses para um melhor rastreamento de surtos de doenças. Recomenda-se a integração da conservação da biodiversidade em programas de One Health, com foco em gênero, na mudança de comportamentos humanos e na conscientização sobre os benefícios da biodiversidade para mitigar os riscos de doenças zoonóticas, ao mesmo tempo em que se apoiam os esforços de conservação.
              Palavras-chave: One Health; Conservação; Socio-metacomunidade; Zoonoses
              Assimetria flutuante de Paraponera clavata (Fabricius, 1775) em fragmentos urbanos e áreas de regeneração
              Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
              Tipo Dissertação
              Data 07/06/2024
              Área ECOLOGIA
              Orientador(es)
              • Gustavo Graciolli
              Coorientador(es)
                Orientando(s)
                • BEATRIZ OLIVEIRA GARBIN
                Banca
                • Luan Dias Lima
                • Mauricio Osvaldo Moura
                • Rodrigo Aranda
                • Rodrigo Pires Dallacqua
                Resumo A assimetria flutuante pode ser definida pela diferença entre o lado direito e esquerdo de um indivíduo, sendo essa diferença normalmente influenciada por fatores externos. O objetivo desse estudo foi verificar a diferença do nível de assimetria flutuante em populações de Paraponera clavata (Fabricius, 1775) em fragmentos urbanos e áreas em regeneração. O estudo foi realizado em uma área com influência antrópica, localizada dentro do município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul e uma área com tempo de regeneração maior que 40 anos, localizada na Fazenda Santa Fé, no município de Santa Rita do Pardo, Mato Grosso do Sul. Os ninhos foram localizados e as coletas foram realizadas pelo método de busca ativa. Além de mensurar as medidas do comprimento do escapo antenal e o fêmur e tíbia de todos os pares de pernas para a realização da morfometria linear, foi realizado também morfometria geométrica através da estrutura da cabeça. Foram obtidos 12 ninhos no total, sendo sete ninhos na APP-UFMS e cinco ninhos na Fazenda Santa Fé. A área com maior influência antrópica apresentou uma diferença significativa na PCoA, mostrando uma variação de tamanho nos indivíduos coletados. Já a área em processo de regeneração, apresentou uma menor variação de tamanho na realização da morfometria linear. Quando realizada as análises de morfometria geométrica, foi possível concluir uma assimetria flutuante, sendo que não houve diferença significativa na forma das cabeças de P. clavata, porém levando em consideração o tamanho, é possível verificar uma diferença, a qual é maior na área com influência antrópica, além disso é possível concluir que a variação de tamanho está relacionada ao processo de regeneração e antropização das áreas.
                Ocorrência de agentes infecciosos em carnívoros silvestres e cães domésticos no Pantanal Sul
                Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                Tipo Dissertação
                Data 05/04/2024
                Área ECOLOGIA
                Orientador(es)
                • Fernando Paiva
                Coorientador(es)
                  Orientando(s)
                  • Mario Henrique Alves
                  Banca
                  • Fernando de Souza Rodrigues
                  • Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos
                  • MEIRE CHRISTINA SEKI
                  • rogério ribas lange
                  Resumo A maioria das doenças infecciosas emergentes e reemergentes no mundo são zoonoses com origem no ambiente silvestre. Entre os fatores associados à emergência e reemergência de doenças pode-se destacar urbanização, desmatamento e fragmentação de habitats, características que aumentam o contato entre animais domésticos ou silvestres e humanos. Os carnívoros selvagens e os cães semi-domiciliados podem compartilhar parasitos através do contato direto ou indireto em diversas regiões do mundo, como por exemplo o Pantanal. O objetivo do presente estudo foi determinar, por meio de diagnósticos moleculares qualitativos (PCR), a presença de patógenos transmitidos por vetores como: Borrelia spp., Rickettsia spp., Cytauxzoon felis, Hepatozoon spp., Leishmania spp., e Trypanosoma spp.; ou mesmo infecciosos por cistos ou oocistos como Neospora caninum e Toxoplasma gondi usando amostras de baço de carnívoros silvestres atropelados e amostras de sangue de cães domésticos obtidas nas margens da rodovia BR262 entre Aquidauana e Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Do total de 54 amostras examinadas, sendo 26 de carnívoros silvestres e 28 de cães domésticos, 20 (37%) estavam positivas para ao menos um dos agentes patógenos analisados, sendo o agente mais prevalente o Hepatozoon spp., diagnosticado em 15 amostras. O presente estudo apresenta os primeiros relatos diagnóstico molecular positivo de Neospora caninum e Hepatozoon spp. em cachorro-vinagre (Speothos venaticus) e de Hepatozoon spp. em lontras de vida livre (Lontra longicaudis) e ressalta a importância da utilização de carcaças de animais atropelados como ferramenta epidemiológica com potencial para detecção de agentes importantes para a saúde pública.
                  Aspectos ecológicos das relações parasita-hospedeiro em morcegos na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul
                  Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                  Tipo Dissertação
                  Data 23/02/2024
                  Área ECOLOGIA
                  Orientador(es)
                  • Fernando Paiva
                  Coorientador(es)
                    Orientando(s)
                    • Carolina Barbosa de Souza
                    Banca
                    • Felipe Bisaggio Pereira
                    • Gustavo Graciolli
                    • Gustavo Lima Urbieta
                    • Priscilla Soares dos Santos
                    Resumo A diversidade de hábitos alimentares e de vida dos morcegos favorece a ocorrência de uma grande riqueza parasitária, esses atributos funcionais os expõem a diferentes grupos parasitários e propicia aos parasitas a exploração de diferentes nichos ecológicos. Com isso, os morcegos constituem um grupo de hospedeiros com potencial para serem estudados afim de compreender as dinâmicas parasitológicas. O objetivo deste estudo foi descrever a composição e a estrutura das infracomunidades de endoparasitos em morcegos cavernícolas, com diferentes hábitos alimentares, capturados na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul. Para investigação parasitológica uma amostra de 68 morcegos, distribuídos em doze espécies, pertencentes a três famílias: Anoura caudifer, Glossophaga soricina (nectarívoras; Phyllostomidae), Carollia perspicillata, Sturnira lilium cf., Micronycteris microtis cf., Micronycteris sanborni cf., Platyrrhinus lineatus (Phyllostomidae), Phyllostomus hastatus (Phyllostomidae), Chrotopterus auritus (Phyllostomidae), Desmodus rotundus (Phyllostomidae), Peropteryx macrotis (Emballonuridae), e Natalus macrourus (Natalidae). Foram encontrados representantes com hábitos alimentares insetívoros, carnívoros, hematófagos, frugívoros, nectárivoros e onívoros. Ao total, 207 espécimes helmintos foram identificados; Rictularia sp., Capillaria sp. Seuratum sp. cf., Physaloptera sp., Litomosoides sp. Nematoda, Vampirolepis sp., Diphyllobothriidae gen. sp., Urotrema scabridum, Prosthodendrium conturbatum e Anenterotrema mesolecitha, além do hematozóario Trypanosoma sp. As prevalências dos organismos parasitas variou DE 25% a 100% entre as espécies hospedeiras, a abundância dos helmintos revelou predominância de espécies de Trematodas (70%). Pela análise de rede bipartida, a modularidade revelou cinco módulos, indicando que há associações especializadas. A modularidade, uma característica de interações especialistas, foi influenciada pela dieta do hospedeiro, corroborando com estudos anteriores. A especificidade helmíntica relacionou-se com a dieta dos morcegos, evidenciando a influência da alimentação na dinâmica parasitária. Por exemplo, Chrotopterus auritus, com hábito carnívoro, apresentou maior diversidade de conexões com diferentes grupos parasitários. Por outro lado, Desmodus rotundus, com hábito hematófago, apresentou apenas parasitismo por Trypanosoma sp. Este estudo pioneiro na região contribui para compreender os padrões de transmissão de helmintos e tripanossomatídeos ressaltando a importância dos hábitos alimentares na dinâmica parasitária. Essas informações enriquecem o conhecimento sobre parasitas de morcegos na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul, Brasil, e serão fundamentais para estudos futuros.

                    PALAVRAS-CHAVES: Helmintos; Endoparasitos; Morcegos; Cavernas; Ecologia Parasitária

                    Incorporating Agricultural, Socioeconomic, and Political Factors into Conservation Strategies for the Giant Armadillo (Priodontes maximus) in the Cerrado
                    Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                    Tipo Dissertação
                    Data 20/12/2023
                    Área ECOLOGIA
                    Orientador(es)
                    • Fabio de Oliveira Roque
                    Coorientador(es)
                    • Jose Manuel Ochoa Quintero
                    Orientando(s)
                    • Bruna Gomes de Oliveira
                    Banca
                    • André Valle Nunes
                    • Katia Maria Paschoaletto Micchi de Barros Ferraz
                    • Nina Attias
                    Resumo Modelos de distribuição de espécies são essenciais para a proposição de estratégias de conservação para grandes mamíferos. No entanto, fatores antrópicos devem ser incorporados para que essas estratégias sejam mais efetivas. No presente estudo escolhemos o tatu-canastra (Priodontes maximus) como espécie alvo, mapeamos a sua distribuição e analisamos a estrutura da paisagem em sua área de potencial ocorrência. Paralelamente, mapeamos as dimensões socioeconômicas, agrárias e de governança pública dos municípios do Cerrado, que foram classificados em grupos a fim de se acessar o contexto local. A partir da combinação desses resultados, discutimos estratégias de conservação para a espécie em contexto local-regional. Para a modelagem de distribuição foram usados 486 pontos de presença independentes e 14 variáveis preditoras, resultando em um modelo com 695.367 km2 de habitat remanescente para a espécie, o que corresponde a 33% do bioma Cerrado, com 7,6% dessa área no interior de Unidades de Conservação ou Terras Indígenas. Cinco variáveis antrópicas foram usadas para classificar os 1434 municípios da área de estudo, resultando em 3 grupos de perfis municipais distintos. Foram então gerados um mapa e um quadro que combinam as informações de perfil municipal e quantidade de habitat remanescente por município a fim de orientar os primeiros passos na tomada de decisão para estratégias de conservação. Um grupo se destacou devido a presença de grandes porções de áreas de vegetação nativa remanescente tanto em propriedades privadas quanto em áreas protegidas, indicando grande oportunidade de conservação.
                    Vulnerability of Rural Properties in the Pantanal Amid Recent Exceptional Environmental Changes
                    Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                    Tipo Dissertação
                    Data 20/12/2023
                    Área ECOLOGIA
                    Orientador(es)
                    • Geraldo Alves Damasceno Junior
                    Coorientador(es)
                      Orientando(s)
                      • Pablo Pinheiro Dutra
                      Banca
                      • Christian Niel Berlinck
                      • Jose Marcato Junior
                      • Renata Libonati dos Santos
                      • Rosa Helena da Silva
                      Resumo Este trabalho analisou as mudanças ambientais excepcionais recentes (REECs) no Pantanal, com foco nas propriedades rurais de diferentes tamanhos afetadas. Os resultados destacam que as REECs não ocorrem uniformemente no espaço e afetam propriedades de diferentes tamanhos de maneira desigual. Propriedades pequenas foram particularmente atingidas por incêndios excepcionais, o que tem implicações significativas, pois essas áreas abrigam comunidades com recursos limitados e dependem da agricultura de subsistência. Estratégias de prevenção e combate a incêndios, diversificação de fontes de renda e fortalecimento da capacidade adaptativa dessas comunidades são recomendadas para redução da vulnerabilidade frente a essas mudanças. Nosso estudo ressalta a importância de intervenções direcionadas de acordo com a necessidade local e colaboração para promover a resiliência das comunidades afetadas por REECs no Pantanal.
                      Efeito de cercamentos sobre a mortalidade de fauna na rodovia BR-262/MS
                      Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                      Tipo Dissertação
                      Data 20/11/2023
                      Área ECOLOGIA
                      Orientador(es)
                      • Rudi Ricardo Laps
                      Coorientador(es)
                        Orientando(s)
                        • Débora Regina Yogui
                        Banca
                        • LARISSA OLIVEIRA GONÇALVES
                        • Simone Rodrigues de Freitas
                        Resumo Colisões veiculares com fauna causam impactos aos animais e às suas populações e colocam em risco a segurança humana. Estruturas que visam impedir a passagem de animais pela rodovia são uma potencial solução para esse problema, mas a eficácia delas é altamente variável. Este estudo tem como objetivo avaliar se os cercamentos longos e curtos instalados na rodovia BR-262/MS tiveram efeito sobre a mortalidade das espécies registradas. Em um desenho amostral BACI (“Before After Control Impact”), com registros obtidos em seis anos de monitoramento sistemático, foram comparadas as contagens de carcaças antes e após o cercamento, e entre os trechos cercados e trechos-controle sem mitigação, utilizando modelos generalizados mistos (GLMM). Os resultados indicam que os cercamentos longos levaram a uma redução significativa na mortalidade dos jacarés-do-pantanal (Caiman yacare): enquanto nos trechos-controle houve um aumento de 20% na mortalidade, nos trechos cercados houve uma redução de 70%. No entanto, as cercas não foram eficazes em reduzir a mortalidade geral de fauna nos trechos mitigados. Para que a eficácia das cercas seja melhorada, visto que ela é espécie-dependente, é necessária, inicialmente, a escolha das espécies-alvo, para que a localização, extensão e modelo das cercas sejam adequados às particularidades de cada espécie. Além disso, para que a integridade das cercas seja mantida, é essencial a manutenção constante das estruturas e uma boa comunicação com a comunidade local. Entretanto, para que a mortalidade geral de fauna seja reduzida na rodovia como um todo, é necessário um minucioso planejamento, com metas bem definidas e múltiplas estratégias para reduzir as colisões com as diferentes espécies-alvos. O monitoramento de fauna atropelada a longo prazo é essencial para a avaliação periódica das estruturas instaladas e a identificação de possíveis adaptações. Por fim, para que o conhecimento científico-tecnológico seja incorporado à fase de planejamento, é necessária uma melhor conexão entre pesquisadores, analistas ambientais e tomadores de decisão, assim como vontade política para que a problemática das colisões veiculares seja realmente enfrentada.
                        Assembleias avifaunísticas de ambientes naturais e antropizados: uma abordagem ecomorfológica
                        Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                        Tipo Dissertação
                        Data 08/11/2023
                        Área ECOLOGIA
                        Orientador(es)
                        • Rudi Ricardo Laps
                        Coorientador(es)
                          Orientando(s)
                          • Henrique da Cunha Raupp
                          Banca
                          • Caio José Carlos
                          • LISIANE ACOSTA RAMOS
                          • Sandra Maria Hartz
                          Resumo Na ornitologia, mesmo em escalas espaciais pequenas, estudos ecomorfométricos que utilizam combinações holísticas de características morfométricas conseguem evidenciar relações morfométricas de comunidades ou guildas ecológicas que podem divergir dependendo do contexto ambiental que estão inseridas. O Litoral Norte do Rio Grande do Sul (LN/RS) abrange uma zona de transição de biomas (Pampa e Mata Atlântica), propiciando à região uma composição paisagística heterogênea, com ampla diversidade biológica. Entretanto, há décadas que formações nativas são convertidas em conglomerados urbanos ou de uso agropecuário, criando assim, um desafio para a conservação e preservação da biodiversidade local, em especial, para as espécies de aves restritas a ambientes nativos. Desta forma, escolhemos cinco assembleias de Passeriformes vinculadas a ambientes nativos ou antropizados em Osório, cidade-sede do LN/RS, e utilizando nove características morfométricas (corporais e do bico), avaliamos a morfometria geral das assembleias, bem como a morfometria de dez grupos ecológicos em cada assembleia. Além disso, avaliamos a similaridade taxonômica, compartilhamento de táxons e a composição ecológica destas assembleias. Para alcançar nossos objetivos, utilizamos a ciência cidadã, literatura, testes estatísticos e análise de componentes principais (PCA). Frente a ocorrência e distribuição de espécies, encontramos diferentes valores na similaridade taxonômica e diferenças estatisticamente significativas na distribuição de guildas ecológicas e espécies ameaçadas em assembleias vinculadas a ambientes naturais. Na ecomorfometria de guildas e assembleias, identificamos diferenças estatisticamente significativas em características relacionadas à capacidade de voo, deslocamento e alimentação; correlações entre características morfométricas e especializações ecológicas; morfoespaços de volumes distintos e parcialmente sobrepostos; e morfoespaços ocupados exclusivamente por uma assembleia ou guilda. Assim, a existência de particularidades morfométricas entre as assembleias de Passeriformes sugerem que ocorrem pressões seletivas distintas em relação aos ambientes amostrados, o que reforça a importância da conservação de formações nativas vinculadas ao Pampa, Mata Atlântica, lagoas e zonas costeiras para a manutenção da biodiversidade avifaunística LN/RS.
                          Ácaros parasitos em roedores em diferentes gradientes de paisagem, na Serra da Bodoquena, MS, Brasil
                          Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                          Tipo Dissertação
                          Data 19/10/2023
                          Área ECOLOGIA
                          Orientador(es)
                          • Fernando Paiva
                          Coorientador(es)
                            Orientando(s)
                            • Luana da Silva Fernandes
                            Banca
                            • Gustavo Graciolli
                            • JOÃO LUIZ HORACIO FACCINI
                            • Katia Denise Saraiva Bresciani
                            • Marcos Valério Garcia
                            • Paulo Henrique Duarte Cançado
                            Resumo O parasitismo em roedores vem recebendo destaque devido à grande expansão de doenças zoonóticas; principalmente, porque mamíferos são importantes hospedeiros para várias espécies de ectoparasitos. Essas interações parasito-hospedeiro são relevantes nos processos de coevolução, atuando tanto sobre o hospedeiro quanto ao parasito, o que contribui, de certo modo, a manterem sua sobrevivência. No presente trabalho o objetivo foi abordar a interação parasitária entre ácaros e pequenos roedores em diferentes gradientes de paisagens na Serra da Bodoquena no estado do Mato Grosso do Sul; em uma área monitorada por um Projeto de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD). Para tanto, as paisagens foram caracterizadas em relação ao seu grau de conservação; como baixo, médio e alto. Assim, foram capturados 62 espécimes de roedores, e neles encontrados e recuperados 2103 ácaros; sendo todos pertencentes a ordem Mesostigmata, distribuídos em apenas dois gêneros: Laelaps spp. e Gigantolaelaps spp.. Estes foram identificados e estimados os descritores ecológicos de parasitismo como prevalência, abundância e intensidade para cada uma das espécies de hospedeiros. Modelo teórico de redes de interações foi estruturado, considerando as variáveis: parasito/hospedeiro, parasito/paisagem e hospedeiro/paisagem. Até o momento, este é o primeiro estudo sobre comunidade de ectoparasitos em roedores na Região da Serra da Bodoquena, MS; o qual deverá contribuir para a compreensão de aspectos ecológicos das relações entre os ácaros e os roedores no bioma Cerrado e Pantanal.
                            Seleção e uso de habitat pelo Jacaré-paguá (Paleosuchus palpebrosus) no Rio Verde, Mato Grosso do Sul.
                            Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                            Tipo Dissertação
                            Data 24/09/2023
                            Área ECOLOGIA
                            Orientador(es)
                            • Diego Jose Santana Silva
                            Coorientador(es)
                              Orientando(s)
                              • João Emilio de Almeida Júnior
                              Banca
                              • Fábio de Lima Muniz
                              • Jessica Rhaiza
                              • Luís Antonio Bochetti Bassetti
                              Resumo Entre os crocodilianos brasileiros, o jacaré-paguá (Paleosuchus palpebrosus) se destaca devido aos seus comportamentos peculiares e por ser um dos jacarés que mais utilizam ambientes terrestres durante sua vida. No entanto, a maioria dos estudos com essa espécie se concentra em ambientes de menores proporções, como igarapés e riachos de águas frias e cristalinas, sendo escassas as pesquisas com populações em rios de grandes dimensões. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi investigar se existe uma preferência por um determinado habitat por parte dos P. palpebrosus em uma parcela do Rio Verde, localizado no município de Água Clara, Mato Grosso do Sul. Durante um período de 6 meses, foram realizadas 5 de campo e análises de sensoriamento remoto para acompanhar uma população de P. palpebrosus (N=151), averiguando uma possível preferência por um habitat, relacionando esses dados com o tamanho de cada jacaré. Os dados obtidos revelaram que os jacarés possuem preferências por ambientes alagados, evitando áreas abertas e próximas a áreas urbanizadas. Além disso, na área estudada o tamanho dos indivíduos não influenciou na escolha desses animais por diferentes ambientes. Este estudo contribui para o conhecimento sobre a ecologia dos P. palpebrosus, que é uma espécie pouco estudada, na região do Rio Verde, em Água Clara, Mato Grosso do Sul. As informações obtidas nesse trabalho podem ser úteis para a gestão e conservação da biodiversidade na área, incluindo a identificação de áreas prioritárias para a conservação e restauração de habitats do P. palpebrosus e incrementando os conhecimentos sobre a espécie em ambientes antes desconhecidos.
                              A influência das tocas do tatu-canastra (Priodontes maximus) na diversidade de artrópodes
                              Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                              Tipo Dissertação
                              Data 30/08/2023
                              Área ECOLOGIA
                              Orientador(es)
                              • Gustavo Graciolli
                              Coorientador(es)
                              • Arnaud Léonard Jean Desbiez
                              Orientando(s)
                              • Mateus Yan de Oliveira
                              Banca
                              • Adriana Bocchiglieri
                              • THIAGO FERNANDES MARTINS
                              Resumo A engenharia do ecossistema é um mecanismo importante para a manutenção e aumento de espécies na escala da paisagem. Engenheiros do ecossistema criam habitats que são utilizados por várias espécies. É o caso do tatu-canastra (Priodontes maximus), pois suas tocas servem de abrigo e refúgio térmico para muitos organismos, como as mais de 70 espécies de vertebrados já relatadas utilizando suas tocas. Essas tocas também podem favorecer a comunidade de artrópodes, uma vez que apresentam condições ideais, como umidade e temperaturas constantes, para o desenvolvimento desses animais. Entretanto, ainda não há informações sobre as espécies de artrópodes que podem utilizar as tocas de tatus. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a importância das tocas do tatu-canastra para a comunidade de artrópodes e verificar se a presença delas influencia na abundância, riqueza e diversidade de espécies da região. Para isso, amostramos 43 tocas de tatu-canastra e 43 pontos controle com armadilhas de CO2, pitfall e moericke durante junho e setembro de 2021 no Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul, Brasil. Os dados gerados demonstraram que as tocas do tatu-canastra favorecem mais de 300 espécies de artrópodes no Pantanal e que a sua presença aumenta 24,3% a diversidade de espécies regional. Além disso, pulgas e carrapatos foram mais abundantes e ocorreram principalmente nas tocas, indicando que este ambiente pode favorecer a transmissão de patógenos no ecossistema. Concluímos que o tatu-canastra parece ter grande importância na estruturação da comunidade de artrópodes e que pode ser um importante aliado na conservação, já que a preservação desta espécie pode favorecer indiretamente muitas espécies de vertebrados e invertebrados que utilizam as suas tocas.A engenharia do ecossistema é um mecanismo importante para a manutenção e aumento de espécies na escala da paisagem. Engenheiros do ecossistema criam habitats que são utilizados por várias espécies. É o caso do tatu-canastra (Priodontes maximus), pois suas tocas servem de abrigo e refúgio térmico para muitos organismos, como as mais de 70 espécies de vertebrados já relatadas utilizando suas tocas. Essas tocas também podem favorecer a comunidade de artrópodes, uma vez que apresentam condições ideais, como umidade e temperaturas constantes, para o desenvolvimento desses animais. Entretanto, ainda não há informações sobre as espécies de artrópodes que podem utilizar as tocas de tatus. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a importância das tocas do tatu-canastra para a comunidade de artrópodes e verificar se a presença delas influencia na abundância, riqueza e diversidade de espécies da região. Para isso, amostramos 43 tocas de tatu-canastra e 43 pontos controle com armadilhas de CO2, pitfall e moericke durante junho e setembro de 2021 no Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul, Brasil. Os dados gerados demonstraram que as tocas do tatu-canastra favorecem mais de 300 espécies de artrópodes no Pantanal e que a sua presença aumenta 24,3% a diversidade de espécies regional. Além disso, pulgas e carrapatos foram mais abundantes e ocorreram principalmente nas tocas, indicando que este ambiente pode favorecer a transmissão de patógenos no ecossistema. Concluímos que o tatu-canastra parece ter grande importância na estruturação da comunidade de artrópodes e que pode ser um importante aliado na conservação, já que a preservação desta espécie pode favorecer indiretamente muitas espécies de vertebrados e invertebrados que utilizam as suas tocas.
                              Efeito do Fogo Sobre a Diversidade Funcional de Aves do Ecótono Cerrado-Pantanal
                              Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                              Tipo Dissertação
                              Data 11/08/2023
                              Área ECOLOGIA
                              Orientador(es)
                              • Danilo Bandini Ribeiro
                              Coorientador(es)
                                Orientando(s)
                                • Allan Corral Anjos
                                Banca
                                • FLÁVIO KULAIF UBAID
                                • Franco Leandro de Souza
                                • TULIO DORNAS DE OLIVEIRA
                                Resumo As queimadas representam uma das questões ambientais mais relevantes em muitos ecossistemas. Na maioria das vezes decorrentes da ação antropogênica, os incêndios florestais comportam-se como um dos principais redutores da diversidade biológica, elevando os números de extinções locais. Em alguns ecossistemas, o fogo atua como um elemento importante na dinâmica ecológica. No caso do Pantanal e Cerrado, ambientes chamados de pirofíticos, o fogo é um processo naturalmente sazonal que molda a dinâmica das comunidades de animais e plantas. O presente trabalho teve como objetivo analisar a influência do fogo sobre a comunidade de aves. Foi realizado um levantamento qualitativo e quantitativo da avifauna, através da metodologia de pontos de escuta em dez tratamentos, e dois ambientes distintos, assim como em diferentes frequências de queima. Dessa forma, buscou-se entender como a comunidade de aves, e também seus atributos funcionais respondem frente ao regime de fogo. O fogo de fato afetou a comunidade de aves, principalmente quando comparadas em diferentes frequências e intensidades de queimas, apresentando respostas distintas em ambientes florestados e campestres, e por consequência, afetando também os traços funcionais das espécies presentes.
                                Efeitos do fogo na assembleia de borboletas na transição Pantanal-Cerrado
                                Curso Mestrado em Ecologia e Conservação
                                Tipo Dissertação
                                Data 14/07/2023
                                Área ECOLOGIA
                                Orientador(es)
                                • Danilo Bandini Ribeiro
                                Coorientador(es)
                                • Thiago Silva Teles
                                Orientando(s)
                                • Rafaela Aparecida Mariano Fernandes
                                Banca
                                • JESSIE PEREIRA DOS SANTOS
                                • MARINA DO VALE BEIRÃO
                                Resumo O fogo é uma das principais fontes de distúrbio em diversos ecossistemas, tendo influência na sua
                                composição, estrutura, disponibilidade de recursos e consequentemente, a composição das
                                comunidades animais, As borboletas são sensíveis às mudanças que ocorrem em seu hábitat e
                                podem responder aos diferentes regimes de fogo (frequência e época de ocorrência). O objetivo
                                desta dissertação é saber como as borboletas respondem aos diferentes regimes de fogo, em relação
                                à frequência (número de eventos de fogo) e época da ocorrência de fogo na estação seca (início ou
                                fim). Para isso, esta dissertação está estruturada em dois capítulos, sendo o primeiro uma revisão
                                sistemática e o segundo um estudo observacional. O primeiro capítulo avalia as lacunas existentes
                                em ecossistemas que foram sujeitos a eventos de fogo e utilizaram borboletas como objeto de
                                estudos e o segundo capítulo avalia os possíveis efeitos das diferentes épocas de queimadas na
                                fauna de borboletas no Pantanal sul-mato-grossense.
                                Página 1 de 15 (20 de 285 registros).